03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 96

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA- UNISUL PEDRA BRANCA




Título:
PADRÃO TEMPORAL DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM ADULTOS NO BRASIL (2014 A 2024)


Autores:
JÉSSICA INGRIDY FREITAS BERNARDI, GIULIA RECHE ZULIANELLO, JOÃO MARCOS B. VASCONCELOS, BRUNA STELLA ZANOTTO, ARGOS FERNANDES MARTINS, KLAIVERT JUNIOR PISTOR, VITOR MARINHO MORAIS, FRANCIELE CASCAES DA SILVA



Tema Livre:
Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) constitui uma das principais manifestações das doenças isquêmicas do coração (DIC) e está entre as principais causas de óbitos em nível global. No Brasil, o IAM se apresenta como a principal causa de óbito, com uma tendência crescente no número de internações, especialmente no âmbito do sistema público de saúde. Entre 2019 e 2023, foram registradas 737.213 internações, com maior concentração no Sudeste. Além disso, observa-se a presença crescente de fatores de risco em indivíduos mais jovens, tais como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, histórico familiar de doenças cardiovasculares e tabagismo, os quais representam importantes marcadores de pior prognóstico clínico. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo analisar o padrão temporal de internações hospitalares por infarto agudo do miocárdio em adultos no Brasil no período de 2014 a 2024. Método: Estudo ecológico de séries temporais baseado nas internações hospitalares por infarto agudo do miocárdio (CID-10 I00-I99) em adultos (30-59 anos) registrados no Sistema de Informação Hospitalares (SIH/SUS). A tendência foi avaliada pelo modelo de regressão Joinpoint, calculando-se a annual percentage change (APC) e a average annual percentage change (AAPC) com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Entre 2014 e 2024, ocorreram 540.837 internações por infarto agudo do miocárdio em adultos no Brasil, com taxa de 138,8/100 mil habitantes. A taxa anual aumentou de 47,72 em 2014 para 69,68/100 mil habitantes em 2024 (AAPC=4,12; p<0,001). O crescimento foi similar entre mulheres (4,12%) e homens (4,11%) (p<0,001). Na faixa etária de 30-39 anos, houve um aumento significativo nas internações entre os homens (APC=6,56; p<0,001) no período de 2017 a 2024, enquanto entre as mulheres houve crescimento em todo o período analisado (APC=5,39; p<0,001). Na faixa de 40-49 anos, as internações aumentaram tanto nos homens (APC=5,04; p=0,009) quanto nas mulheres (APC=5,56; p=0,022) entre 2020 e 2024. Já entre 50-59 anos, verificou-se um aumento significativo em todo o período nos homens (APC=3,43; p<0,001) e nas mulheres (APC=3,51; p<0,001). Observou-se um crescimento significativo nas internações nas regiões Norte (APC/AAPC=5,29; p<0,001), Nordeste (APC/AAPC=4,98; p<0,001), Sudeste (APC/AAPC=3,52; p<0,001) e Sul (APC/AAPC=3,33; p=0,002) ao longo de todo o período analisado. Na região Centro-Oeste, houve um aumento significativo de 9,96% ao ano (p<0,001) entre 2014 e 2022, seguido de estabilidade nos anos subsequentes. Conclusão: As internações por infarto agudo do miocárdio aumentaram no Brasil entre 2014 e 2024, com destaque para adultos jovens e crescimento em todas as regiões, exceto estabilidade recente no Centro-Oeste. Os achados indicam a necessidade de estratégias preventivas, sobretudo voltadas à população jovem e às regiões com maior crescimento das internações.

Palavras Chave:
HOSPITALIZAÇÃO. INFARTO DO MIOCÁRDIO. ADULTO JOVEM

Referências:
1. Brant LCC, Passaglia LG. Alta Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio na América Latina e Caribe: Defendendo a Implementação de Linha de Cuidado no Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2022;119(6):979-980. 2. Francisco de Paiva Neto M, Pinheiro Lira P, Do Rosário Gonçalves Corrêa D, et al. Perfil epidemiológico das internações por Infarto Agudo do Miocárdio entre 2019 e 2023. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. 2024;6(4):2287-2296. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS – Departamento de Informática do SUS. TABNET – Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/. 4. Roth GA, Mensah GA, Johnson CO, et al. Global Burden of Cardiovascular Diseases and Risk Factors, 1990–2019: Update From the GBD 2019 Study. Journal of the American College of Cardiology. 2020;76(25):2982-3021.