Código do Trabalho: 92
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: SOS CÁRDIO E INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DE SANTA CATARINA
Título:
SÉRIE DE CASOS DE “VALVE-IN-VALVE” MITRAL PARA TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO DE BIOPRÓTESE VALVAR MITRAL EM PACIENTES DE ALTO RISCO CIRÚRGICO – DOIS CENTROS DE REFERÊNCIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Autores:
LUIZ EDUARDO KOENIG SÃO THIAGO, RICARDO ZANELLA ANTONIOLLI, VINICIUS KREPSKY DALMORO, LUIZ CARLOS GIULIANO, LEANDRO WALDRICH, EDUARDA VENÂNCIO
Tema Livre:
O tratamento percutâneo das valvopatias é um tópico de grande interesse na cardiologia. A tecnologia inovadora e os excelentes resultados clínicos obtidos com o implante percutâneo de válvula aórtica (TAVI) revolucionaram a abordagem da estenose aórtica e pavimentaram o caminho para o tratamento transcateter das doenças da valva mitral. Nessas condições, o implante percutâneo designado “valve-in-valve” tem sido empregado como uma alternativa terapêutica para pacientes de alto risco cirúrgico com disfunção de bioprótese mitral (BPm).
Nesta série de casos 8 pacientes foram submetidos ao procedimento percutâneo de “valve-in-valve” mitral em dois grandes centros de referência do estado de Santa Catarina, utilizando o acesso transeptal (TViVm) e empregando o dispositivo SAPIEN 3 (Edwards) originalmente criados para o tratamento transcateter das valvopatias aórticas, porém mais recentemente aprovados para o tratamento da disfunção de BPm.
Os pacientes foram considerados de alto risco para reoperação (média de idade de 75 anos, média de STS 8,8) e sintomáticos (classe funcional III ou IV). O procedimento resultou em redução no gradiente transvalvar médio (20 ± 6,6 para 6,7 ± 1,5 mmHg), sem regurgitação paravalvar ou central significativa. O tempo médio de internação hospitalar foi de 5 dias. Nenhum dos pacientes apresentou complicações vasculares ou infecciosas e não houveram óbitos nos casos realizados. No seguimento, todos os pacientes foram orientados a realizar nova avaliação médica acompanhados de controle ecocardiográfico realizados após 1 e 3 meses. Após 6 meses foi realizado ecocardiograma transesofágico de controle. O seguimento foi realizado em todos os casos com tempo médio de 16,7 meses e no momento do encerramento do estudo apenas 1 paciente ainda não haviam completado os 12 meses de seguimento. Todas as próteses permaneciam bem posicionadas sem sinais de refluxos periprotéticos com gradiente transvalvar médio de 7,0 ± 1,1 mmHg e todos os pacientes relataram melhora da sintomatologia, mantendo-se em classe funcional I e II.
As BPm são os dispositivos de escolha em pacientes idosos que possuem doença valvar mitral grave e sintomática. Embora a literatura atual demonstre uma boa sobrevida livre de complicações relacionadas as próteses, em última análise todas as BPm estão suscetíveis a deterioração, podendo tornar-se disfuncionantes.
Atualmente a cirurgia de retroca valvar é indicada para os pacientes que evoluem com disfunção de BPm, entretanto o risco de reoperação valvar mitral permanece maior do que o risco da primeira cirurgia, em mais de 1.000 pacientes do registro STS Database (2022) a mortalidade operatória da reoperação foi de 11,1%. Diante disso, o TViVm tem sido adotado como uma terapêutica menos invasiva de tratamento para disfunção de BPm em indivíduos de alto risco cirúrgico com excelentes resultados clínicos e baixo índice de complicações.
Palavras Chave:
VALVE - IN - VALVE MITRAL
Referências: