Código do Trabalho: 87
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: CLINICA RITMO DO HOSPITAL SOS CARDIO
Título:
PERFIL CLÍNICO, SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS PRIMEIROS CASOS DE ABLAÇÃO POR CAMPO PULSADO (PFA) DE SANTA CATARINA
Autores:
PEDRO BURIGO COSTA, ALESSANDRA LAITART COSTA, GRAZYELLE DAMASCENO, GABRIEL ODOZYNSKI SILVA, ANDREI LEWANDOWSKI, BRUNA MIERS MAY, CLÓVIS FROEMMING JR, ALEXANDER DAL FORNO, ANDRÉ LUIZ BUCHELE D'AVILA
Tema Livre:
Introdução
A ablação por campo pulsado (PFA) é uma técnica inovadora que utiliza pulsos elétricos de alta voltagem para criar poros nas membranas celulares (eletroporação) e criar necrose celular. O PFA é um método teoricamente mais seguro que as demais formas de ablação, pois destroi seletivamente de maneira ultra rápida o tecido cardíaco responsável pela arritmia, sem causar danos à estruturas adjacentes.¹
Este estudo tem por objetivo estudar os primeiros casos de ablação por PFA em Santa Catarina (SC).
Métodos
Estudo de coorte prospectivo de centro único, em acompanhamento atual por um período de cinco meses. As variáveis contínuas foram descritas como média e desvio padrão, variáveis categóricas por número absoluto e porcentagem, em relação à amostra total.
Resultados
O primeiro caso de ablação de FA por PFA de SC foi realizado no dia 27/09/2024, no Hospital SOS Cardio. Até o dia 28/02/2025, foram contabilizados 27 casos; sendo que 24 foram realizados no Hospital SOS Cardio. Os pacientes seguirão em acompanhamento nos próximos anos e a análise deste estudo foi realizada num follow-up de cinco meses.
Todos os casos foram realizados utilizando o sistema FARAPULSE com bainha FARADRIVE e cateter FARAWAVE da Boston Scientific.
Dos casos realizados no Hospital SOS Cardio, 66,7% são do sexo masculino. A média de idade foi 66 anos (22-85 anos). Quanto às comorbidades: 45,8% são hipertensos, 12,5% têm Diabetes Mellitus, 20,8% coronariopatas e 45,8% têm insuficiência cardíaca, sendo que apenas um destes possui fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) reduzida; 29,8% tem insuficiência renal crônica e 8,3% são tabagistas ativos. Todos os pacientes estavam em uso de anticoagulante ao realizar a ablação, 54,2% em uso de drogas antiarrítmicas (DAA) e 41,7% em uso de amiodarona. O CHA2DS2-VAsc médio foi de 2,5 (0-5). Metade dos casos são de FA paroxística e a outra, de FA permanente. A média da FEVE foi de 56,33% e a média do átrio esquerdo de 43,25mm. Por fim, nenhuma complicação foi relatada até o momento de acompanhamento.
Todos os pacientes tiveram o isolamento das veias pulmonares comprovados ao final da ablação e a taxa de recorrência de taquiarritmia atrial (TAA), excluindo o período de blanking (30 dias), foi de 8,3%; todas do grupo de FA Persistente. Dos pacientes com recorrência, um foi em FA e outro em Flutter Atrial (FLA). Em ambos, a primeira estratégia foi reiniciar DAA e realizar cardioversão elétrica. O primeiro manteve-se em arritmia e foi indicada nova ablação com radiofrequencia (RF), que demonstrou reconexão da Veia Pulmonar Superior Esquerda. O segundo manteve-se em ritmo sinusal após estratégia inicial.
Conclusão
A taxa livre de TAA por PFA em SC, foi de 91,7%; sem nenhuma complicação relatada. Isto demonstra que o PFA é um método mais seguro e com eficácia superior à terapia de RF.
Palavras Chave:
FIBRILAÇÃO ATRIAL; ABLAÇÃO POR CAMPO ELÉTRICO PULSADO; ABLAÇÃO POR CATETER
Referências:
1. Verma A, Haines DE, Boersma LV, Sood N, Natale A, Marchlinski FE, et al. Pulsed Field Ablation for the Treatment of Atrial Fibrillation: PULSED AF Pivotal Trial. Circulation. 2023 Mar 6;147(19).