Código do Trabalho: 85
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Título:
UM ESTUDO ECOLÓGICO SOBRE VARIÁVEIS SOCIAIS E SEUS EFEITOS NA TAXA DE MORTALIDADE POR DOENÇAS ISQUÊMICAS DO CORAÇÃO EM SANTA CATARINA.
Autores:
SAMANTHA CORRÊA BATISTA DA SILVA
Tema Livre:
Introdução: O infarto agudo do miocárdio é uma doença grave que ocorre a partir do bloqueio do fluxo sanguíneo ao coração, prejudicando seu funcionamento e podendo levar à morte, caso não ocorra encaminhamento para uma unidade de saúde a tempo. Assim, a fim de criar políticas públicas eficientes para evitar óbitos de cidadãos catarinenses pela doença, são necessários estudos que analisem a relação entre variáveis sociais da população e sua vulnerabilidade ao infarto agudo do miocárdio.
Métodos: Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do DATASUS. Os dados são referentes às taxas de mortalidades por infarto agudo do miocárdio e outras doenças isquêmicas do coração diante das variáveis de ano, cor/raça, sexo e faixa etária, no estado de Santa Catarina, entre 2019 a 2023.
Resultados: De 2019 a 2023, a taxa de mortalidade média por doenças isquêmicas do coração foi de 5,18%, sendo que, ao longo dos anos, a taxa foi de: 4,86%, 5,51%, 5,92%, 5,21% e 4,42%. Percebe-se que, durante a pandemia, houve um aumento na taxa de mortalidade, provavelmente porque a sobrecarga do sistema de saúde com a COVID-19 pode ter prejudicado o atendimento eficaz a outras doenças, como as isquêmicas do coração. Contudo, nota-se que, mesmo após a pandemia, a taxa permaneceu elevada em 2022, sendo depois contida em 2023 para abaixo do que era no período pré-pandêmico. A cor/raça indígena foi a com a maior de taxa de mortalidade, de 8,33%. A fim de comparação, a cor/raça branca foi a segunda mais afetada, com 5,26%. Isso pode ter ocorrido por conta de um atendimento de saúde ineficaz em comunidades indígenas catarinenses, à medida que a falta de atendimentos de urgência perto dessas comunidades pode ter piorado o prognóstico dos afetados. Assim, é necessário formular estratégias para que, mesmo em comunidades afastadas de grandes centros de saúde, esses cidadãos não fiquem tão vulnerabilizados à morte como estão. As mulheres tiveram maior taxa de mortalidade (6,08%), enquanto homens tiveram uma taxa de 4,71%. É sabido que as doenças isquêmicas do coração se manifestam de modo diferente em homens e em mulheres. Assim, o desconhecimento da manifestação dessas doenças em mulheres pode ter levado a um encaminhamento tardio e um prognóstico pior. A faixa etária com maior taxa de mortalidade foi a de 80 anos ou mais (13,91%), seguida de 70 a 79 anos (8,00%) e 60 a 69 anos (4,64%), mostrando que o avanço da idade piora o prognóstico da doença.
Conclusão: Os cidadãos catarinenses mais vulnerabilizados à morte por doenças isquêmicas do coração foi de mulheres indígenas, de 80 anos ou mais. Assim, torna-se necessário criar políticas de saúde melhor direcionadas ao público mais afetado, de modo a mitigar a problemática de mortalidade dentre aqueles grupos que superam a média do estado.
Palavras Chave:
EPIDEMIOLOGIA; BRASIL; INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Referências: