03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 81

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ




Título:
UMA PERSPECTIVA SOBRE FIBRILAÇÃO ATRIAL E HIPOTIREIOIDISMO: HÁ RELAÇÃO ENTRE AS DOENÇAS?


Autores:
CRISTIANO VINÍCIUS ISOTTON



Tema Livre:
As doenças cardiovasculares, principal causa de morte global, como infarto, insuficiência cardíaca, arritmias e as valvopatias possuem relação direta com as alterações dos hormônios tireoidianos. A relação entre o hipertireoidismo e as arritmias (sobretudo a fibrilação atrial) é sustentada sobre vários estudos, entretanto, quando se trata da relação entre arritmias e o hipotireoidismo, o assunto ainda carece de aprofundamento. Foi utilizado o protocolo PRISMA para revisão de literatura, e selecionados 3 artigos através das bases de dados Scielo, LILACS, NIH e Pubmed. A seleção dos artigos foi realizada utilizando a combinação de duas palavras chaves: "Fibrilação Atrial", "Hipotireoidismo", "Arritmia" ou "Tireoide" e o booleano AND. Vasilopoulou Et Al.(2023), através de análise do estudo MISOAC-AF, de um total de 1113 pacientes analisados, 496 tinham dados sobre a tireoide disponíveis. Dos pacientes com hipotireoidismo, 11 tiveram o diagnóstico de fibrilação atrial pela primeira vez, 59 tiveram o diagnóstico de fibrilação atrial paroxística ou flutter atrial e 71 tiveram o diagnóstico de fibrilação atrial persistente ou permanente. A conclusão foi que o hipotireoidismo está associado a 57% mais hospitalizações em comparação com os pacientes eutireoideos com fibrilação atrial, enquanto há um risco dependente dos níveis de TSH e de hospitalizações por doenças cardiovasculares e insuficiência cardíaca. Huang Et Al.(2022), explorou a relação entre a disfunção de tireoide, o hormônio TSH e o risco de fibrilação atrial, com 30 estudos de 5 bases de dados, totalizando 649.293 pacientes (idade média de 65.1 anos). Através de uma relação dose-resposta, comparando as razões de risco (RR) e intervalos de confiança (CI) de 95% para associação de fibrilação atrial e diferentes níveis de TSH. A conclusão foi que houve aumento das RR para hipertireoidismo subclínico, hipotireoidismo subclínico e hipertireoidismo clínico, enquanto o hipotireoidismo clínico não foi associado ao aumento do risco de fibrilação atrial. Singh Et Al.(2024), em análise sobre os efeitos do hipotireoidismo subclínico e a incidência de fibrilação atrial, foram reportados 727 casos de fibrilação atrial em 13.628 pacientes com hipotireoidismo subclínico. Em pacientes com hipotireoidismo sem pós-operatório, o RR (risk ratio) para desenvolvimento de fibrilação atrial foi de 1.12 (95% CI, 1.04-1.22, n=4 estudos, p=0.004). Já o RR para fibrilação atrial pós operatório foi maior, de 1.41 (95% CI, 0.89-2.22, n=3 estudos, p=0.15). A conclusão é que ambos hipertireoidismo subclínico e hipotireoidismo subclínico são associados a um aumento de risco aumentado de fibrilação atrial. Conclui-se que há uma relação cirúrgica do hipotireoidismo e do hipotireoidismo subclínico com a fibrilação atrial. Nenhum estudo foi responsável por comprovar a relação direta entre a fibrilação atrial e o hipotireoidismo clínico. Contudo, comprovaram que há uma relação de risco cardíaco com o hipotireoidismo.

Palavras Chave:
FIBRILAÇÃO ATRIAL; HIPOTIREOIDISMO; ARRITMIA.

Referências:
Anthi Vasilopoulou, Patsiou V, Bekiaridou A, Papazoglou AS, Moysidis DV, Spaho M, et al. Prognostic implications of thyroid disease in patients with atrial fibrillation. Heart and vessels. 2023 Dec 13;39(2):185–93. Singh H, Shahid MZ, Harrison SL, Lane DA, Lip GYH, Logantha SJRJ. Subclinical thyroid dysfunction and the risk of incident atrial fibrillation: A systematic review and meta-analysis. PloS One [Internet]. 2024;19(1):e0296413. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38165911/ Huang M, Yang S, Ge G, Zhi H, Wang L. Effects of Thyroid Dysfunction and the Thyroid-Stimulating Hormone Levels on the Risk of Atrial Fibrillation: A Systematic Review and Dose-Response Meta-Analysis from Cohort Studies. Endocrine Practice [Internet]. 2022 Aug [cited 2024 Dec 15];28(8):822–31. Disponível em: https://www.endocrinepractice.org/article/S1530-891X(22)00518-3/abstract