Código do Trabalho: 77
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE - UNIFEBE
Título:
EPIDEMIOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NAS MACRORREGIÕES DE SANTA CATARINA: ANÁLISE DE 2015 A 2024
Autores:
MARIA LUIZA CAVALLI RADEKE, GABRIELA PIRES RIBEIRO , KATIA ARRUDA GUIMARÃES
Tema Livre:
Introdução
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma das principais causas de hospitalizações e mortalidade no Brasil, demandando uma abordagem epidemiológica para subsidiar estratégias de saúde pública. A análise do perfil de internações e taxa de óbitos relacionados ao IAM e outras doenças isquêmicas do coração (DIC) permite identificar disparidades regionais e otimizar a assistência cardiovascular. Este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de internações hospitalares, a média de permanência hospitalar e a taxa de mortalidade por IAM e DIC em adultos acima de 20 anos nas macrorregiões de Santa Catarina (SC), no período de 2015 a 2024.
Método
Trata-se de estudo ecológico observacional do tipo série temporal, baseado na análise de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo DATASUS. Foram incluídos indivíduos acima de 20 anos internados por IAM e outras DIC entre os anos de 2015 e 2024, considerando a distribuição por macrorregiões de SC. A análise dos dados foi conduzida por estatística descritiva, considerando o número total de hospitalizações, média de permanência hospitalar e quantidade de óbitos por macrorregião.
Resultados
Entre 2015 e 2024, foram registradas 134.749 hospitalizações por IAM e outras DIC em SC. A distribuição regional revelou que a Grande Florianópolis concentrou 24.919 internações, seguida pelo Vale do Itajaí (24.214), Sul (23.673), Planalto Norte e Nordeste (23.059), Grande Oeste (14.261), Foz do Itajaí (13.607), Serra (5.638) e Meio Oeste (5.378). A média geral de permanência hospitalar no estado foi de 6,2 dias, com a maior média observada na Grande Florianópolis (8,5 dias) e a menor no Meio Oeste (4 dias). Quanto a mortalidade, o total de óbitos foi de 6.900, sendo a macrorregião Sul a que apresentou o maior número absoluto de mortes (1.317), seguida pelo Planalto Norte e Nordeste (1.258). A menor mortalidade absoluta foi registrada no Meio Oeste, com 321 casos no período analisado.
Conclusão
Os achados evidenciam a expressiva carga hospitalar associada ao IAM e às DIC em SC, com variações interregionais significativas. As disparidades entre as macrorregiões sugerem possíveis diferenças no acesso aos serviços de saúde e na disponibilidade de recursos tecnológicos para o atendimento de pacientes com síndromes coronarianas agudas. Observou-se que algumas macrorregiões apresentaram taxas de internação baixas, porém associadas a maiores índices de mortalidade, o que pode indicar desafios na qualidade da assistência. Assim, a identificação dessas discrepâncias pode contribuir para o direcionamento de políticas públicas voltadas à otimização da estrutura assistencial e à melhoria do prognóstico dos pacientes acometidos por IAM no Estado. No entanto, ressalta-se que a natureza observacional do estudo não permite inferências causais diretas, o que demanda investigações adicionais para uma avaliação mais aprofundada dos fatores determinantes dessas diferenças interregionais.
Palavras Chave:
INFARTO DO MIOCÁRDIO, ISQUEMIA MIOCÁRDICA, EPIDEMIOLOGIA
Referências:
Ribeiro ALP, Duncan BB, Brant LCC, Lotufo PA, Mill JG, Barreto SM. Cardiovascular health in Brazil. Circulation. 2016 Jan 26;133(4):422-33. doi: 10.1161/circulationaha.114.008727
Cavalheiro WS, Almeida JF, Santos RP, Oliveira MM. Epidemiologia do infarto agudo do miocárdio no Brasil: análise das internações e mortalidade (2014-2023). Contrib Cienc Soc. 2024 Nov 12;17(12):1-15. doi: 10.55905/revconv.17n.12-152