03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 72

Categoria: Relato de Caso

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE




Título:
DISSECÇÃO CORONARIANA ESPONTÂNEA EM PACIENTE COM ENXAQUECA: UM RELATO DE CASO


Autores:
AMANDA HONORATO MATOS, TIAGO GHISLANDI, MARIA CAROLINA ALVES, NATHÁLIA COPETTI GUZMÁN, LETICIA MACHADO MORETTI, LÚCIO FILIPI COMIN SANGALETTI



Tema Livre:
INTRODUÇÃO A dissecção coronariana espontânea (SCAD) é causa de síndrome coronariana aguda não aterosclerótica e de morte súbita. Ocorre frequentemente em pacientes sem fatores de risco ateroscleróticos tradicionais e estudos recentes apontam condições que favorecem seu desenvolvimento, como sexo feminino, gravidez, hipotireoidismo, predisposição genética, enxaqueca e estressores. A prevalência de enxaqueca varia entre 37 e 46% e pesquisas apontam relação de disfunção endotelial observada nesses indivíduos ao desenvolvimento da SCAD. Apresenta clínica ampla, dependente da extensão e gravidade da dissecção, variando de angina instável a morte súbita. No eletrocardiograma (ECG), metade dos casos apresentam elevação de ST, sendo a angiografia coronária padrão-ouro para diagnóstico, 50% das lesões afetam a artéria descendente anterior esquerda. A abordagem conservadora é frequentemente indicada devido ao risco de iatrogenias, complicações e probabilidade de cura espontânea. Estudos demonstraram cura em 70-100% dos pacientes com angiografias semanas ou meses após o evento. Todavia, se isquemia ou instabilidade hemodinâmica, faz-se necessário intervenção percutânea ou resvacularização. DESCRIÇÃO DO CASO Mulher, 54 anos, deu entrada no Pronto Socorro encaminhada de Unidade de Pronto Atendimento com dor torácica súbita em repouso e crepitantes discretos em bases. Apresentava como única comorbidade enxaqueca tratada com Amitriptilina. A paciente relatou estresse emocional e cefaleia próximos ao início da precordialgia. Negou uso de outras medicações ou isquemia prévia. Na admissão, apresentou Troponina ultrassensível de 1350 ng/l e ECG demonstrando supra ST em parede anterior. Ingeriu 300mg de AAS e Clopidogrel, sendo encaminhada a hemodinâmica para realização de cateterismo. Este identificou estenose severa em artéria coronária descendente anterior e dissecção tipo B (NHBLI) no segmento médio-distal. No ato, foram implantados três stents farmacológicos. Realizado Ecocardiograma transtorácico dois dias após, demonstrando dilatação em ventrículo esquerdo e disfunção sistólica leve por acometimento isquêmico que gerou acinesia apical em parte do segmento médio ínfero-septal e fração de ejeção de 48%. Ausência de alterações em cavidades direitas, trombos intracavitários, valvulopatias ou hipertensão pulmonar. Paciente teve alta no 4º dia de internação, assintomática e estável hemodinamicamente, com orientação de seguimento ambulatorial. CONCLUSÕES A SCAD é causa infrequente de SCA, muitas vezes subdiagnosticada, acarretando elevada morbimortalidade. Assim, deve ser suspeitada em mulheres jovens sem fatores de risco cardiovasculares, sendo o diagnóstico precoce essencial para reduzir a mortalidade e melhorar o prognóstico. O manejo conservador tem sido a estratégia inicial para a maioria dos pacientes. Contudo, é importante reconhecer a escassez de estudos prospectivos, demonstrando uma necessidade de ampliar o reconhecimento e a conscientização sobre essa

Palavras Chave:
DISSECÇÃO CORONARIANA ESPONTÂNEA, IAM, ENXAQUECA

Referências: