03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 66

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: ACADÊMICOS DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ




Título:
ANÁLISE DE DESIGUALDADE AO TRATAMENTO DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL: A INFLUÊNCIA DO ACESSO AO CATETERISMO E REVASCULARIZAÇÃO DE MIOCÁRDIO


Autores:
JOÃO VINÍCIUS HELLESHEIM, YASMIN ELIAS VIEIRA, CAMILA CRISTINE DE MELO , VITORIA KALINE SARTOR CESCO , AMANDA RAIMUNDO DA SILVA



Tema Livre:
Introdução O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma das principais causas de mortalidade cardiovascular no Brasil. O acesso a intervenções como cateterismo cardíaco e revascularização do miocárdio é determinante na redução da letalidade, contudo, observa-se uma distribuição desigual desses procedimentos entre as regiões do país. Disparidades estruturais impactam diretamente as taxas de mortalidade, especialmente em populações de menor acesso aos centros de alta complexidade. O presente estudo tem como objetivo analisar a desigualdade no tratamento do IAM no Brasil, correlacionando as taxas de mortalidade com a distribuição do cateterismo e revascularização miocárdica por região. Métodos Trata-se de um estudo retrospectivo baseado em dados do DataSUS. Foram analisadas as taxas de mortalidade por IAM no período de 2020 a 2024, estratificadas por sexo e região geográfica. Paralelamente, foi quantificada a realização de cateterismos cardíacos e cirurgias de revascularização miocárdica em cada região. A relação entre a taxa de mortalidade e a oferta de procedimentos foi avaliada para identificar padrões de desigualdade no acesso ao tratamento. Resultados Os dados apontam diferenças significativas na distribuição de procedimentos invasivos para tratamento do IAM. Enquanto as regiões Sul e Sudeste concentram a maioria dos procedimentos de cateterismo e revascularização miocárdica (58% e 25%, respectivamente), as regiões Norte e Nordeste apresentam taxas reduzidas, com apenas 5% e 12% do total desses procedimentos. Essa discrepância reflete diretamente nas taxas de mortalidade, que são 20% maiores no Nordeste e 35% superiores no Norte em comparação com a média nacional. A análise estratificada por sexo revelou que homens representam 65% dos pacientes submetidos a intervenções, enquanto mulheres, apenas 35%, sugerindo possível subdiagnóstico e subtratamento do IAM no sexo feminino. Essas discrepâncias reforçam a necessidade de revisão das políticas públicas para ampliação do acesso a tratamentos de alta complexidade. Conclusão A desigualdade no acesso ao tratamento do IAM no Brasil é evidente e reflete a distribuição desigual dos recursos de saúde. As regiões menos assistidas apresentam maiores taxas de mortalidade, demonstrando a necessidade de investimentos em infraestrutura, capacitação profissional e descentralização dos serviços de cardiologia intervencionista. Políticas de incentivo ao acesso equitativo são fundamentais para a redução das desigualdades e melhora dos desfechos clínicos dos pacientes com IAM no Brasil.

Palavras Chave:
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO, DESIGUALDADE NO TRATAMENTO CARDIOVASCULAR, DISPARIDADES NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE, CATETERISMO CARDÍACO, REVASCULARIZAÇÃO DE MIOCÁRDIO.

Referências:
1.Braunwald E, Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P, Al E. Braunwald tratado de doenças cardiovasculares. Rio De Janeiro: Saunders; 2013. ‌2.Ministério da Saúde. Informações de Saúde (TABNET) – DATASUS [Internet]. Saude.gov.br. 2024. Available from: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ ‌