Código do Trabalho: 61
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Título:
EFICÁCIA DO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO LEVEMENTE REDUZIDA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Autores:
GABRIEL HENRIQUE ZILIO, IARA BARZOTTO LEOTTE, RODOLFO RAUL ROTTA
Tema Livre:
Introdução: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida (ICFLER) é uma apresentação da IC definida por uma fração de ejeção entre 41-49%, situando-se entre a IC com fração preservada e a reduzida e compartilhando características fisiopatológicas com ambos os subtipos. Contudo, ainda há incertezas na literatura quanto à melhor estratégia terapêutica para esta condição. Objetivo: A finalidade deste estudo foi avaliar a eficácia da terapêutica farmacológica no desfecho clínico de pacientes com ICFLER. Metodologia: Para a investigação, foram identificados seis artigos indexados na plataforma Google Acadêmico entre os anos 2022 e 2023, em português e inglês, por meio dos descritores: insuficiência cardíaca, fração de ejeção intermediária, fração de ejeção levemente reduzida e tratamento farmacológico. Desses, quatro foram selecionados para compor a presente revisão. Resultados: Um estudo de coorte retrospectivo com amostra significativa (n = 12.421) demonstrou que pacientes com ICFLER que fizeram uso de inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e betabloqueadores (BB) apresentaram redução na mortalidade cardiovascular de 16% e 20%, respectivamente, além de menor risco de hospitalização por IC em 14% com o uso de BB [2]. Outra pesquisa retrospectiva não encontrou diminuição nesses parâmetros com o uso dos dois medicamentos, contudo a adesão da amostra ao tratamento era baixa [1]. Ademais, um estudo investigou a estratégia tripla envolvendo SRAA, BB e antagonistas do receptor mineralocorticoide (ARM), evidenciando que essa abordagem resultou em uma redução de 35% na mortalidade geral, 41% na mortalidade cardiovascular, 32% na taxa de hospitalizações por quaisquer causas e 27% nas internações devido a IC [4]. Não obstante, uma metanálise revelou que essas drogas não diminuíram de forma significativa o risco de morte, porém concordou com a redução na taxa de readmissão hospitalar por IC e acrescenta que inibidores do SGLT2 contribuíram na diminuição dessa taxa em 29% [3]. Conclusão: Depreende-se, pois, que drogas tipicamente direcionadas para pacientes com fração de ejeção reduzida podem resultar em benefícios clínicos importantes naqueles com ICFLER, especialmente em relação à redução das hospitalizações por IC. A combinação de SRAA, BB e ARM mostrou-se promissora e, embora a diminuição da mortalidade cardiovascular não tenha sido constantemente observada em todos os estudos, a introdução de inibidores do SGLT2 trouxe uma queda adicional nas hospitalizações. A literatura sugere que a adesão ao tratamento, bem como a escolha de terapias combinadas, são necessárias para confirmar a eficácia dessas abordagens e proporcionar um prognóstico mais favorável.
Palavras Chave:
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. FRAÇÃO DE EJEÇÃO VENTRICULAR. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO.
Referências:
1. SCHUPP, T et al. Are heart failure patients with mildly reduced ejection fraction treated according to current international guidelines? European Heart Journal, [S.L.], v. 44, n. 2, nov. 2023. Oxford University Press (OUP). http://dx.doi.org/10.1093/eurheartj/ehad655.2866.
2. STOLFO, Davide et al. Heart failure pharmacological treatments and outcomes in heart failure with mildly reduced ejection fraction. European Heart Journal - Cardiovascular Pharmacotherapy, [S.L.], v. 9, n. 6, p. 526-535, 18 maio 2023. Oxford University Press (OUP). http://dx.doi.org/10.1093/ehjcvp/pvad036.
3. XIANG, Boyang et al. Optimal Pharmacologic Treatment of Heart Failure With Preserved and Mildly Reduced Ejection Fraction. Jama Network Open, [S.L.], v. 5, n. 9, 20 set. 2022. American Medical Association (AMA). http://dx.doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2022.31963.
4. ZHANG, Xinxin et al. Efficacy of guideline‐directed medical treatment in heart failure with mildly reduced ejection fraction. Esc Heart Failure, [S.L.], v. 10, n. 2, p. 1035-1042, 15 dez. 2022. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/ehf2.14199.