03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 39

Categoria: Relato de Caso

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA




Título:
INFARTO TIPO 2 POR MÚLTIPLAS FÍSTULAS DE CORONÁRIAS EPICÁRDICAS


Autores:
JOAO PEDRO KERN ALVES, JOÃO CLERISTON DA SILVA CALHEIROS, FERNANDA TAVARES, MARINA GOMES GERMANO, GABRIEL PETTENON GUBERT, DARLOS KELVIN DE AZEVEDO, SOFIA ZILLI SANTOS, BRUNA MAGALHÃES MAGOTA, LUÍS CLÁUDIO IZIDIO COSTA JÚNIOR



Tema Livre:
Introdução As microfístulas coronarianas são comunicações anômalas que desviam o fluxo das artérias coronárias para câmaras cardíacas ou grandes vasos, o que pode causar isquemia miocárdica sem obstruções, isto é, infarto tipo II. A gravidade dos sintomas varia conforme o fluxo desviado, sendo que 75% dos casos são assintomáticos. Sua incidência é de 0,002% na população, sendo as formas bilateral e multilateral incomuns. Ademais, as microfístulas que drenam para a câmara cardíaca direita são as mais frequentes, enquanto sua ocorrência no ventrículo esquerdo (VE) é rara. O diagnóstico padrão ouro é a cineangiocoronariografia, que permite visualizar essas comunicações anômalas. Descrição do caso Mulher de 79 anos, com diagnóstico de hipertensão sistêmica, diabetes mellitus I, hipotireoidismo, ex-tabagista e histórico familiar (irmão) de óbito por doença aterosclerótica coronariana, procurou cardiologista para investigar dor torácica atípica sendo solicitado ressonância magnética cardíaca (RNM). Um dia após realizar o exame, buscou o pronto atendimento relatando ter iniciado após RNM, com dor precordial contínua e em queimação. O exame físico não apresentou alterações relevantes. O eletrocardiograma (ECG) realizado na emergência evidenciou área eletricamente inativa na parede inferior. Troponina seriada mostrou valores de 664 ng/mL e 1024 ng/mL, respectivamente, apresentando as hipóteses diagnósticas de síndrome coronariana aguda (SCA) sem supradesnivelamento do segmento ST ou SCA com supradesnivelamento do segmento ST na parede inferior com evolução tardia. Nesta mesma ocasião obteve-se o laudo da RNM sem alterações ou sinais de fibrose/infarto miocárdico. Diante do quadro, a paciente foi internada e encaminhada para cateterismo cardíaco. O exame revelou microfístulas coronarianas bilaterais para VE, sem lesões coronarianas, corroborando para o diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio Tipo II (IAM tipo II). Também se solicitou ecocardiografia transtorácico, o qual demonstrou disfunção diastólica tipo I, leve aumento do volume atrial esquerdo e derrame pericárdico leve. Três dias após a internação a paciente encontrava-se assintomática e estável. Para a alta, foram prescritas: AAS 100mg, Atenolol 50mg, Levotiroxina 100mcg, Rosuvastatina 5mg, Trimetazidina Dicloridrato 35mg e Empagliflozina + Linagliptina 25/5mg além de ser orientada a consultar com seu cardiologista assistente posteriormente. Conclusões O relato tem como objetivo descrever um caso raro de infarto do miocárdio tipo II associado a microfístulas coronarianas, além de reforçar a importância da consideração de anomalias vasculares no diagnóstico de IAM tipo II. A paciente apresentou elevação significativa de troponina e alterações no ECG. Realizado o cateterismo, as microfístulas foram identificadas como provável causa de isquemia. O manejo incluiu monitorização clínica, controle de fatores de risco e tratamento medicamentoso, com alta estável e acompanhamento com especialista.

Palavras Chave:
MICROFÍSTULAS CORONÁRIAS; DOENÇA CORONÁRIA; ANOMALIAS CORONÁRIAS; FLUXO CORONÁRIO ANÔMALO;

Referências: