Código do Trabalho: 35
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIPLAC- UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE
Título:
FIBROELASTOMA PAPILAR DE VALVA MITRAL: UM RELATO DE CASO
Autores:
RAÍSSA COELHO TELLES, ALEXANDRE GALLOTTI ELIAS , EDUARDA PREISLER PEDRO, KARINE FERRAREZI GATNER , LETÍCIA PEDROZO , MILENA FERNANDA MARTELLO , NATHALIA CRISTINA OLIVEIRA MARCHI , PIETRO CORADINI FOLETTO , VITOR HUGO RITTER COELHO
Tema Livre:
INTRODUÇÃO
Os tumores cardíacos são raros, no entanto, têm grande relevância na prática cardiológica. Podem ser classificados em primários ou secundários (metastáticos). Os tumores cardíacos primários (TCP) são incomuns e podem ser classificados em dois grupos clinicopatológicos: benignos e malignos. O Fibroelastoma Papilar (FEP) se destaca, representando 15% dos casos de TCP benignos. Eles são melhor avaliados pelo ecocardiograma, e podem se apresentar com complicações embólicas.
RELATO DE CASO
Relatamos o caso de paciente masculino, 54 anos, hipertenso, tabagista e etilista. Durante investigação de evento de síncope, evidenciou-se achado ecocardiográfico de massa ecogênica de aspecto flocular aderida à face atrial do folheto anterior da valva mitral, medindo 8 x 7 mm, compatível com FEP.
Durante a investigação permaneceu assintomático e não apresentava alterações significativas no exame físico cardiovascular. A síncope foi atribuída a alteração neuromediada com padrão de resposta vasodepressora em tilt-test, sugerindo disautonomia.
O paciente foi admitido em nosso serviço para realização de ecocardiograma transesofágico, que confirmou imagem valvar mitral sugestiva de fibroelastoma, e posteriormente foi encaminhado para seguimento ambulatorial no serviço de origem, para decisão terapêutica.
Dada a raridade do achado e carência de evidências robustas sobre o manejo, apresentamos uma breve revisão. Os fibroelastomas papilares são compostos de colágeno e fibras elásticas, revestido por endotélio com pequenos pedículos de tecido conectivo. Destacam-se por sua morfologia avascular, pequeno tamanho (2−70 mm), crescimento lento e, em especial, por suas múltiplas ramificações papilares. É o tumor mais frequente das valvas (75% dos casos), predominando na aórtica, seguido pela mitral.
Como mais de 95% do FEPs ocorrem no lado esquerdo do coração, a embolia sistêmica é a sua principal manifestação clínica, seguida de arritmias e síncopes. A ecocardiografia transesofágica é o exame de escolha para avaliar o FEP, permitindo confirmar o diagnóstico, determinar sua localização e, quando possível, diferenciá-lo de tumores malignos.
Não há diretrizes bem estabelecidas para o manejo do FEP. A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha para os pacientes sintomáticos que cumprem os critérios para cirurgia, enquanto para sintomáticos não candidatos cirúrgicos, deve-se iniciar terapia antiplaquetária ou anticoagulante de longo prazo. Em pacientes assintomáticos, recomenda-se ressecção cirúrgica se o tamanho do tumor for > 1 cm ou apresentar mobilidade aumentada, fatores associados a maior risco de embolização não fatal ou morte.
CONCLUSÃO
Embora raros, os tumores cardíacos podem causar repercussões hemodinâmicas significativas, mesmo quando morfologicamente discretos e benignos. O fibroelastoma papilar é um exemplo, no qual a ecocardiografia desempenha um papel central no diagnóstico diferencial e no planejamento terapêutico, seja ele clínico ou cirúrgico.
Palavras Chave:
FIBROELASTOMA PAPILAR; TUMOR CARDÍACO; COMPLICAÇÃO EMBÓLICA
Referências: