Código do Trabalho: 33
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: FURB - UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
Título:
A INFLUÊNCIA DO TEMPO DE TRANSPORTE PRÉ-HOSPITALAR NO DESFECHO DE PACIENTES COM SÍNDROME CORONARIANA AGUDA
Autores:
LUCIANA CORREA FLOR, JULIA HELENA MARTIM, KAMILLY LÚCIA DE CARVALHO, HANNA TAVARES LUZ, MARIANA DE MEDEIROS CARTAXO ESMERALDO, GUILHERME ANDREY UBER, RAFAELA BURATI TOALDO, MARCELO MENDES FARINAZZO
Tema Livre:
Introdução: A Síndrome Coronariana Aguda(SCA) resulta da redução abrupta do fluxo sanguíneo ao miocárdio, incluindo SCACSST, SCASSST e angina instável³. Fatores de risco incluem idade >65 anos, tabagismo, hipertensão, diabetes, dislipidemia e histórico familiar¹. O sintoma predominante é dor torácica em aperto². No Brasil, entre 2020-2021, ocorreram 171.287 internações por SCA, com 26,5% necessitando de UTI⁴. Este estudo avalia a influência do tempo de transporte pré-hospitalar nos desfechos de pacientes com SCA no Hospital Santa Isabel(HSI). Métodos: Estudo observacional e retrospectivo com 162 pacientes(>18 anos) admitidos na Unidade de Terapia Cardiológica do HSI entre 12/09/24 e 22/02/25, com diagnóstico confirmado de SCA. Foram coletados dados de prontuários eletrônicos e fichas pré-hospitalares, incluindo fatores demográficos, de risco e tempo entre o início da dor precordial e o primeiro atendimento hospitalar. Os pacientes chegaram ao serviço via SAMU(unidades básica e avançada), serviço aeromédico(Arcanjo) ou meios próprios. Foram excluídos indivíduos sem registro do tempo de transporte ou ainda internados. A análise foi realizada no Microsoft Excel, seguindo diretrizes éticas e a LGPD. Resultados: Dos 162 pacientes, 68 foram excluídos por atendimento inicial em hospitais sem hemodinâmica e 22 por inconsistências nos dados, restando 72 pacientes. O transporte utilizado foi: Arcanjo(1), ambulância básica(10), ambulância avançada(10) e meios próprios(51). O tempo entre o início da dor e o atendimento influenciou a duração da internação. O paciente transportado pelo Arcanjo recebeu atendimento em até 3 horas e permaneceu internado até 7 dias. Entre os transportados por ambulância básica, 6 foram atendidos em até 3 horas e, desses, 3 tiveram alta em até 5 dias. Já tempos superiores a 6 horas se associaram a internações prolongadas. Pacientes de ambulância avançada apresentaram padrão semelhante. Entre os que chegaram por meios próprios, houve maior variação no tempo de internação. Pacientes atendidos em até 3 horas tiveram alta mais precocemente, enquanto os que demoraram a buscar assistência permaneceram internados por mais de 14 dias. A análise sugere que a busca tardia por atendimento teve maior impacto sobre a duração da internação do que o meio de transporte utilizado. Conclusão: Pode-se inferir que a influência do tempo de transporte pré-hospitalar não é um fator que altera significativamente as variáveis do desfecho da SCA nos pacientes participantes da pesquisa, devendo ser levado em consideração outros fatores, como comorbidades individuais, escolha do serviço emergencial, fatores de risco, eficiência e qualidade do atendimento. Em suma, é notório que o conjunto de fatores ambientais e o transporte interferem, de fato, no desfecho dos pacientes com SCA, mas a análise individual do tempo em relação ao desfecho não é suficiente para obter um resultado satisfatório e preciso conforme os dados obtidos pela pesquisa realizada.
Palavras Chave:
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA, TRANSPORTE PRÉ-HOSPITALAR, DESFECHO CLÍNICO
Referências:
1.Nohria R, Viera AJ. Acute Coronary Syndrome: Diagnosis and Initial Management. American Family Physician [Internet]. 2024 Jan 1;109(1):34–42. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38227869/
2.Byrne RA, Rossello X, Coughlan JJ, Barbato E, Berry C, Chieffo A, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of acute coronary syndromes. European Heart Journal [Internet]. 2023 Aug 25;44(38). Available from: https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/38/3720/7243210
3.Bhatt DL, Lopes RD, Harrington RA. Diagnosis and Treatment of Acute Coronary Syndromes: A Review. JAMA [Internet]. 2022 Feb 15;327(7):662–75. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35166796/
4.Oliveira GMM de, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Estatística Cardiovascular – Brasil 2023. Estatística Cardiovascular – Brasil 2023 [Internet]. 2024 Feb 14;00(00). Available from: https://abccardiol.org/article/estatistica-cardiovascular-brasil-2023