03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 31

Categoria: Relato de Caso

Instituição de Ensino: INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DE SANTA CATARINA




Título:
SÍNDROME DE TAKOTSUBO RECORRENTE E FEOCROMOCITOMA: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO


Autores:
LETICIA PEREIRA GONZAGA DOS SANTOS, EVANDRO CAMPOS ALBINO , GILVAN MAGALHÃES PINTO



Tema Livre:
Introdução A síndrome de Takotsubo (ST) é definida por uma anormalidade sistólica temporária e reversível, gerada principalmente por desregulação do sistema adrenérgico, levando a uma resposta excessiva a estímulos estressores (sejam eles emocionais, físicos ou neuroendócrinos). A instabilidade hemodinâmica e o choque cardiogênico podem estar presentes nessa condição, com grande influência, por exemplo, de patologias como feocromocitoma (<0,05% da população), que exacerba a resposta catecolaminérgica. Este caso ilustra desafios diagnósticos em apresentações atípicas. Relato de Caso Trata-se de um estudo observacional descritivo, realizado no hospital de caridade, tendo como base registros de prontuários médicos. Descrevemos uma mulher, 29 anos, que apresentou como quadro inicial cefaleia, dor torácica e dispneia, 60 min após realização de estresse físico (crossfit, utilizou supercoffee como pré-treino. Na chegada à emergência, apresentava PA 60x40 mmHg, FC 122 bpm e sinais de hipoperfusão periférica. Após 2 horas do quadro inicial evoluiu para rebaixamento de nível de consciência e franco choque cardiogênico, necessitando de suporte ventilatório e ionotrópico (norepinefrina e dobutamina). O eletrocardiograma mostrou taquicardia sinusal e alterações inespecíficas da repolarização ventricular. Troponina (18.717 ng/L) e BNP (5.000 pg/mL) estavam elevados. o Ecocardiograma revelou acinesia apical e disfunção sistólica (FEVE 31%). A Coronariografia excluiu obstruções. Devido refratariedade do quadro inseriu-se um balão intra-aórtico, além de terapia renal substitutiva por injúria renal aguda. Após estabilização clínica, realizada Tomografia abdominal que detectou massa adrenal (4 cm), que com a dosagem posterior de metanefrinas (3.022 µg/24h; VR <600) confirmaram feocromocitoma. Após 12 dias, houve recuperação completa da fração de ejeção (57%) e indicação de adrenalectomia. Há 2 anos atrás, paciente havia apresentado quadro semelhante Discussão Nesse caso, o exercício físico intenso e o consumo de cafeína (e demais estimulantes) agiram como gatilhos, sendo a crise catecolaminérgica agravada pelo feocromocitoma, levando à disfunção ventricular grave e choque cardiogênico Diferenciais como tromboembolismo pulmonar, sindrome coronariana aguda e dissecção coronariana espontânea foram descartados. A recuperação ventricular rápida, na ausência de obstruções reforçou o diagnóstico de ST. O quadro prévio anterior sugere recorrência de tal condição (apesar de não haver confirmação por ressonância). Conclusão Este caso destaca a importância do diagnóstico diferencial da ST em jovens de risco cardiovascular baixo. A identificação do feocromocitoma como gatilho raro e o reconhecimento precoce dessa associação permite um manejo direcionado e pode previnir novos episódios.

Palavras Chave:
SINDROME DE TAKOTSUBO, FEOCROMOCITOMA, CHOQUE CARDIOGÊNICO

Referências: