03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 22

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE




Título:
ANÁLISE DAS TELECONSULTORIAS CARDIOLÓGICAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE JOINVILLE/SC: INDICADORES DE ENCAMINHAMENTO E AVALIAÇÃO DE NECESSIDADE DE ESPECIALIZAÇÃO


Autores:
RAFAELA LUISA KOWALSKI, ISABELI ZENATO PATRUNI, HELLEN CRISTINE DA SILVEIRA, STELLA REGINA PERCIO, CLÓVIS HOEPFNER



Tema Livre:
INTRODUÇÃO A Atenção Primária à Saúde (APS) é crucial para a resolubilidade do sistema de saúde, evitando encaminhamentos desnecessários, geradores de sobrecarga na Atenção Secundária. A telemedicina pode contribuir orientando os profissionais da APS no diagnóstico e tratamento de muitas condições e com a seleção dos usuários para as consultas especializadas. Ela surge como uma ferramenta estratégica ao utilizar tecnologias de informação e comunicação para o compartilhamento remoto de informações médicas e a prestação de serviços de saúde à distância. METODOLOGIA Este estudo descritivo analisou 588 teleconsultorias solicitadas pelas UBS de Joinville/SC para o cardiologista da Secretaria Municipal da Saúde no período de janeiro de 2020 a março de 2021. As consultas foram classificadas em seis categorias: alteração de exames, doenças cardíacas, doenças não cardíacas, sinais e sintomas, medicamentos e outros. As análises foram realizadas com base nessas classificações, quantificando as indicações de encaminhamento ao cardiologista de acordo com indicação do Ministério da Saúde. RESULTADOS Das 588 teleconsultorias analisadas, apenas 152 resultaram em encaminhamentos ao especialista. Dentre os 80 casos motivados por exames de imagem, 73 não necessitavam de avaliação presencial. Em doenças cardíacas, das 182 teleconsultas, 104 não atendiam aos critérios para encaminhamento. Das 52 identificadas como compatíveis com doenças não cardíacas, apenas 9 justificavam a ida ao cardiologista. Entre os 219 atendimentos baseados em sinais e sintomas, 179 não exigiam cardiologista. Além disso, das 23 teleconsultorias sobre medicamentos, 18 foram resolvidas sem encaminhamento. Outros 32 pacientes procuraram a UBS por motivos diversos, dos quais 18 puderam ser resolvidos na APS. DISCUSSÃO Observou-se que 37,24% das teleconsultorias estavam relacionadas a sinais e sintomas e 30,95% a doenças cardíacas. No entanto, os encaminhamentos ocorreram majoritariamente para doenças cardíacas (14,38%), enquanto sinais e sintomas resultaram em apenas 5,97% de indicações para especialistas. Isso evidencia o impacto da teleconsultoria na triagem, evitando sobrecarga no sistema. Estudos em outros países demonstram benefícios similares, como redução de custos no Brasil, aceleração diagnóstica no México e melhoria no monitoramento na Espanha. Em Betim-MG, a teleconsultoria mostrou-se valiosa, embora com divergência entre médicos da UBS e teleconsultores sobre a capacidade de resolução na APS. Nosso estudo reforça que 74,15% dos casos poderiam ser resolvidos sem encaminhamento, evitando filas desnecessárias na cardiologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS A teleconsultoria em Joinville/SC contribuiu significativamente para a resolubilidade da APS e redução de encaminhamentos desnecessários. Para otimizar sua eficácia, recomenda-se educação continuada e Apoio Matricial. Além disso, mais pesquisas são necessárias para aprofundar o impacto da telemedicina na APS brasileira.

Palavras Chave:
TELEMEDICINA, TELESSAÚDE, CARDIOLOGIA

Referências: