03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 136

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: CLINICA RITMO DO HOSPITAL SOS CARDIO




Título:
PERFIL CLÍNICO, SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS CASOS DE ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA) EM PACIENTES ACIMA DE 80 ANOS NO ESTADO DE SANTA CATARINA


Autores:
PEDRO BURIGO COSTA, ALESSANDRA LAITART COSTA, GRAZYELLE DAMASCENO, HÉLCIO GARCIA NASCIMENTO, ANDREI LEWANDOWSKI, BRUNA MIERS MAY, CLÓVIS FROEMMING JR, ALEXANDER DAL FORNO, ANDRÉ LUIZ BUCHELE D'AVILA



Tema Livre:
Introdução Pacientes idosos com fibrilação atrial (FA) têm maior risco de eventos tromboembólicos e disfunção ventricular esquerda, resultando em pior qualidade de vida. Estudos recentes indicam que o controle precoce do ritmo cardíaco melhora os desfechos clínicos. A ablação por cateter se mostrou superior às drogas antiarrítmicas (DAA) na manutenção do ritmo sinusal e na prevenção da progressão da FA, sendo a técnica adotada como terapia de primeira linha. Este estudo tem por objetivo estudar os casos de ablação de FA em pacientes acima de 80 anos em centros de referência em Santa Catarina (SC). Métodos Estudo de coorte prospectivo multicêntrico, em acompanhamento desde 2009 até 2025. As variáveis contínuas foram descritas como média e desvio padrão, variáveis categóricas por número absoluto e porcentagem, em relação à amostra total. Resultados Entre 11/04/2013 a 28/02/2025, foram contabilizados 47 casos de ablação de FA em pacientes > 80 anos (4,7% de todos os casos) com um tempo de acompanhamento de 568 dias. 66% são do sexo masculino e a média de idade no momento da primeira ablação foi de 82 anos (80-88 anos). 68% são hipertensos, 11% tiveram acidente vascular cerebral (AVC) prévio, 36% têm Diabetes Mellitus, 21% coronariopatas e 39% têm insuficiência cardíaca, sendo 11% com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) reduzida; 8,5% tem insuficiência renal crônica e nenhum tabagista ativo; 87% estavam em uso de anticoagulante ao realizar a ablação e 75% em uso de drogas antiarrítmicas (DAA), 62% em uso de amiodarona. O CHA2DS2-VAsc médio foi de 4,28 (2-8). FA paroxística representou 75% dos casos, enquanto os de FA persistente 25%. A média da FEVE foi de 57% e a média do átrio esquerdo de 43 mm. Um dos casos foi através de ablação de campo pulsado e o restante, por radiofrequência. Ao final do primeiro procedimento, houve 3 complicações (6,4%), sendo dois casos de hematoma inguinal e um pseudoaneurisma femoral. Não ocorreram: fístula esofágica, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco, lesão de nervo frênico, AVC ou óbito. A taxa de recorrência de taquiarritmia atrial (TAA), excluindo o período de blanking (60 dias), foi de 17%; para o grupo FA Persistente 33% e o grupo FA Paroxística 11%. Dos pacientes que recorreram, 8,5% necessitaram de uma segunda ablação e dois deles tiveram complicações durante a internação, dias após o procedimento (um pseudoaneurisma femoral e um AVC). Não houve óbitos relacionados ao procedimento. Conclusão A taxa livre de TAA por ablação de FA foi de 83%; com uma taxa complicação de 6,4% (todas consideradas complicações menores e resolvidas durante o acompanhamento). Isto demonstra que a ablação por cateter é um método seguro e eficaz para tratamento da FA não devendo a idade ser fator limitante para sua indicação.

Palavras Chave:
FIBRILAÇÃO ATRIAL; ABLAÇÃO POR CATETER; EFICÁCIA;

Referências: