03 a 05 de Abril de 2025

Local: CentroSul
Florianópolis - SC



Código do Trabalho: 132

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: HOSPITAL SOS CARDIO E INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DE SANTA CATARINA




Título:
OCLUSÃO PERCUTÂNEA DO APÊNDICE ATRIAL ESQUERDO - RESULTADOS HOSPITALARES E SEGUIMENTO CLÍNICO


Autores:
LUIZ CARLOS GIULIANO, RICARDO ZANELLA ANTONIOLLI, LUIZ EDUARDO KOENIG SÃO THIAGO, LEANDRO WALDRICH, VINICIUS KREPSKY DALMORO, EDUARDA VENÂNCIO



Tema Livre:
A fibrilação atrial (FA) aumenta o risco de eventos tromboembólicos por êmbolos originados no apêndice atrial esquerdo (AAE). Métodos mecânicos para a oclusão do AAE foram desenvolvidos como alternativa à anticoagulação oral (ACO) em pacientes que possuem alto risco de sangramento. O objetivo deste trabalho foi apresentar a experiência com uma série de casos submetidos a fechamento do AAE com diferentes tipos de próteses em dois centros de referência do estado de Santa Catarina. Foram incluídos 23 pacientes com FA permanente ou paroxística, com contraindicações para o uso de ACO. A faixa etária média dos pacientes analisados foi de 76,5 ± 11,2 anos, sendo que 71,4% pertenciam ao sexo masculino. O score CHA2DS2-Vasc médio foi de 4,5, sendo que 61,9% dos pacientes apresentavam HAS-BLED score maior ou igual a 4. Quanto as comorbidades, 100% da amostra era portadora de hipertensão arterial sistêmica, 47,6% diabéticos, 71,4% eram portadores de doença arterial coronariana e 40% dos pacientes analisados já tinham sofrido AVE isquêmico prévio em vigência de ACO, sendo que 62% dos pacientes já apresentaram sangramentos significativos em vigência de ACO (gastrointestinais, genitourinários ou intracranianos). Eram portadores de FA paroxística 17,39% da amostra e 82,6% eram portadores de FA permanente. O procedimento foi bem sucedido em 100% dos casos, sendo que todas as próteses foram implantadas via acesso venoso femoral e punção transeptal. Realizados sob anestesia geral com ecocardiograma transesofágico transoperatório. Em 55% dos pacientes foi realizado a oclusão do AAE com a prótese Lambre, 35% com a prótese Watchmann flex, 10% com outras próteses, não houveram complicações relacionadas ao procedimento. No seguimento, todos os pacientes foram orientados a realizar nova avaliação médica acompanhados de controle ecocardiográfico realizados após 3 e 6 meses do procedimento. O seguimento foi realizado em todos os casos, com tempo médio de 24,3 meses. Todos os AAE permaneceram fechados com os dispositivos bem posicionados sem sinais de refluxos periprotéticos e nenhum dos pacientes da amostra apresentou eventos tromboembólicos após a realização do procedimento. Apenas 3 pacientes permaneceram em uso de ACO por serem portadores de prótese mecânica mitral, foi indicado a oclusão do AAE por apresentarem múltiplos AVEi em vigência de ACO com antagonistas da vitamina K. Houve apenas dois óbitos durante o período de seguimento ambos não relacionados ao procedimento, um deles sem causa definida e outro relacionado a miocardiopatia com disfunção grave do ventrículo esquerdo. A oclusão do apêndice atrial esquerdo se mostrou um procedimento seguro, apesar da complexidade e das comorbidades apresentadas pelos pacientes incluídos nessa amostra, e apresenta-se como uma estratégia terapêutica eficaz na prevenção de eventos tromboembólicos em pacientes portadores de FA com contraindicação para ACO.

Palavras Chave:
OCLUSÃO DO APÊNDICE ATRIAL ESQUERDO

Referências: