Código do Trabalho: 131

Categoria: Estudo

Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE

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Título:
CARDIOMIOPATIA ALCOÓLICA, DA PATOGÊNESE AO MANEJO TERAPÊUTICO: UMA REVISÃO DE ESCOPO

Autores:
GUSTAVO HENRIQUE UBERNA GIACOMINI, ANNA KATARINA MENEGON LOPETEGUI, MARIANNA DE SOUZA SCHLICHTING, LUCAS GUERRA VIEIRA, PEDRO HENRIQUE ZANIN DO PRADO, ALEXANDRE DAVID RIBEIRO, VANESSA VALGAS DOS SANTOS

Tema Livre:
Introdução: A cardiomiopatia alcoólica (CMA) é caracterizada pela dilatação do ventrículo esquerdo, disfunção sistólica e redução da contratilidade miocárdica, resultante do consumo excessivo e prolongado de álcool. Sendo assim, é caracterizada como uma forma adquirida de cardiomiopatia dilatada e está associada a altos índices de morbidade e mortalidade. Objetivo: Identificar a epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e manejo atual da CMA. Metodologia: Trata-se de uma revisão de escopo que seguiu os critérios do Instituto Joanna Briggs. Foram utilizadas as palavras-chave “Alcoholic Cardiomyopathy”, “Alcohol-Related Disorders”, “Alcohol Problem”, “Heart Failure” com os operadores booleanos “AND” e “OR” nas bases de dados Pubmed, Scielo, Lilacs, Google Scholar. Os critérios de inclusão consistiam de estudos de revisão bibliográfica e estudos populacionais publicados nos últimos 05 anos. Esta pesquisa foi realizada entre agosto e outubro de 2024. Foram encontrados 2.140 artigos, dos quais 7 eram duplicados. Após a leitura do título e do resumo, 42 artigos foram selecionados para leitura integral, dos quais apenas 09 se enquadraram nos critérios de elegibilidade desta revisão. Resultados: O consumo de álcool, altamente prevalente na Europa e América do Sul, apresenta um significativo potencial de dependência e, quando crônico e excessivo, está associado a graves impactos cardiovasculares, incluindo aterosclerose, hipertensão e CMA. No miocárdio e na função cardíaca, o álcool causa apoptose, estresse oxidativo e danos mitocondriais, afetando a hemodinâmica do ventrículo direito, induzindo vasoconstrição e fibrose progressiva. As manifestações incluem dispneia, edema, tosse persistente, palpitações e sinais inespecíficos de insuficiência cardíaca congestiva. O ecocardiograma é a principal ferramenta para avaliar a função cardíaca, enquanto exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico complementar. O tratamento da CMA baseia-se na abstinência alcoólica, auxiliada por fármacos como naltrexona, acamprosato e dissulfiram. O manejo segue as diretrizes para insuficiência cardíaca, incluindo inibidores da ECA, betabloqueadores, diuréticos e anticoagulantes, quando indicados. Novas abordagens, como metformina, empagliflozina e terapias epigenéticas, mostram potencial, mas ainda carecem de validação clínica. Em estágios avançados, o transplante cardíaco pode ser considerado, exigindo abstinência prévia. O controle de comorbidades, como cirrose e hipertensão, é essencial para otimizar o prognóstico. Conclusão: A CMA é uma complicação grave do consumo excessivo de álcool, com alta morbimortalidade. O tratamento baseia-se na abstinência alcoólica e no manejo da insuficiência cardíaca. O controle de comorbidades é essencial para um melhor prognóstico. Além disso, não há consenso sobre um nível seguro de consumo de álcool, pois seus efeitos prejudiciais superam eventuais benefícios cardiovasculares.

Palavras Chave:
CARDIOMIOPATIA ALCOÓLICA. CONSUMO EXCESSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. CARDIOMIOPATIA DILATADA.

Referências:
1. Mirijello A, et al. Marcadores ecocardiográficos de cardiomiopatia alcoólica precoce: estudo longitudinal de seis meses em pacientes que bebem muito. Eur J Intern Med. 2022 Jul;101:76-85. Disponível em: https://www.ejinme.com/article/S0953-6205(22)00141-8/abstract . Acesso em: 16 set. 2024. 2. Wu L, et al. Modificação epigenética no transtorno do uso de álcool e cardiomiopatia alcoólica: da fisiopatologia às oportunidades terapêuticas. Metabolism. 2021 Dez. Disponível em: https://www.metabolismjournal.com/article/S00260495(21)00209-2/abstract . Acesso em: 16 set. 2024. 3. Manthey J, et al. Mortalidade nacional, regional e global devido à cardiomiopatia alcoólica em 2015. Heart (Br Card Soc). 2018 Out;104(20):1663-1669. Disponível em: https://europepmc.org/article/med/29535230 . Acesso em: 16 set. 2024. 4. Solà JF. Os efeitos do etanol no coração: Cardiomiopatia alcoólica. Nutrientes. 2020 Fev 22;12(2):572. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072-6643/12/2/572 . Acesso em: 15 set. 2024. 5. Hamala P, et al. O impacto do uso excessivo crônico de álcool na função cardíaca e no prognóstico: análise de deformação longitudinal específica da camada e de resultados de médio prazo. Via Med J. 2021 Abr. Dispon.

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