Código do Trabalho: 130
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Título:
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO BRASIL: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA DOENÇA QUE MAIS CRESCE NO SÉCULO XXI
Autores:
EDOARDA CAROLINA BERTHOLDI , BRUNA MOREIRA MARTINS PACHECO, LARISSA PELISSARO ZANLUCA, INDIRA PACHECO LIAL, ISABELA BETTU BINI, PAULO HENRIQUE SANTOS MANTOVANI, RAFAELA SPARTANI DIAS PASSOS GALOTE, GABRIEL ASSUNÇÃO ALVIM
Tema Livre:
Introdução e/ou fundamentos: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma adequada para atender às demandas metabólicas do organismo ou pela necessidade de pressões de enchimento elevadas para manter o débito cardíaco. No Brasil, a IC é um dos principais motivos de hospitalização, associada a uma elevada taxa de mortalidade, gerando um impacto significativo no sistema de saúde pública . Assim, este estudo objetivou analisar a incidência, os padrões de hospitalização e os óbitos por IC no Brasil nos últimos anos, contribuindo para uma melhor compreensão do cenário nacional da doença. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, de caráter transversal, retrospectivo e quantitativo cujos dados foram obtidos a partir de bases secundárias públicas e anônimas. As informações sobre a insuficiência cardíaca no Brasil foram extraídas do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde do (DATASUS) no período de 2019 a 2024. Foram analisadas as internações segundo o ano de ocorrência, levando em consideração as variáveis por região do Brasil, cor/raça, sexo e faixa etária 1. Resultados: Os dados mostram um aumento progressivo da incidência da doença com a idade, sendo mais comum em pessoas de 70 a 79 (26.56% dos casos), com pico em 2023. Além disso, a doença foi mais prevalente nos homens (52%), com maior incidência também em 2023. Quanto à raça, a população parda teve o maior número de internações (40,9%), seguida pela branca (38,3%), enquanto a indígena apresentou a menor taxa (0,11%). Ademais, regionalmente, o sudeste liderou as internações, com 488.505 casos, seguido pelo nordeste (255.273) e sul (254.581). Nota-se que, em todas as regiões houve um aumento porgessivo das internações, exceto em 2020 e 2021, quando ocorreu uma queda, possivelmente relacionada à pandemia de Covid-19. Conclusões: A análise dos dados de internação por IC no Brasil entre 2019 e 2024 revelou um padrão progressivo de incidência, com maior prevalência na faixa etária de 70 a 79 anos. A doença foi ligeiramente mais comum em homens e na população parda, embora uma parcela significativa dos registros não tenha informado a variável raça. A região Sudeste destacou-se com o maior número de internações, seguida pelas regiões Nordeste e Sul, enquanto a região Norte apresentou as menores taxas. Observou-se uma queda nas internações em 2020 e 2021, possivelmente relacionada à pandemia de Covid-19, que impactou a procura por serviços de saúde devido à sobrecarga do sistema. Esse achado reforça a necessidade de políticas de saúde pública voltadas à conscientização, diagnóstico precoce e tratamento adequado da insuficiência cardíaca, especialmente entre populações mais vulneráveis, para reduzir as taxas de hospitalização e a mortalidade associada à doença.
Palavras Chave:
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA; DÉBITO CARDÍACO; MORTALIDADE; EPIDEMIOLOGIA.
Referências:
1- Rohde LEP, Montera MW, Bocchi EA, Clausell NO, Albuquerque DC, Rassi S, et al. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018;111(3):436-539. Disponível em: https://abccardiol.org/article/diretriz-brasileira-de-insuficiencia-cardiaca-cronica-e-aguda/
2- o Vale BF, de Freitas IB, Franco IE, Caldas JL, Moreira HG. Epidemiologia das Internações Hospitalares por Insuficiência Cardíaca no Estado de Goiás / Epidemiology of Hospital Admissions due to Heart Failure in the State of Goiás. Braz. J. Hea. Rev. [Internet]. 2022 Feb. 12 [cited 2025 Feb. 27];5(1):2666-79. Available from: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/43988