Código do Trabalho: 122
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
Título:
A COMBINAÇÃO DE ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR BEIRA-LEITO E VTI DA VSVE RECLASSIFICA O RISCO DE MORTALIDADE ATRAVÉS DA CLASSIFICAÇÃO SCAI SHOCK EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST
Autores:
LUIZ GUSTAVO SOUZA CARDOZO, VINICIUS KREPSKY DALMORO , PEDRO BURIGO COSTA, ANNA CAROLINA RIBEIRO DE OLIVEIRA , KELVIN SCHMOELLER ALBERTON, ALEXANDRE DANIEL DE SOUSA DA SILVA, GUILHERME PINHEIRO MACHADO, MARCO VUGMAN WAINSTEIN, GUSTAVO NEVES DE ARAUJO
Tema Livre:
Background: O choque cardiogênico (CC) é uma complicação esperada em cerca de 5-15% dos pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A atual Classificação de Choque Cardiogênico (SSC) da Society for Cardiovascular Angiography & Interventions (SCAI) combina exame físico, biomarcadores e parâmetros hemodinâmicos para classificar os pacientes em categorias A a E quanto a severidade do choque. A classificação LUV combina a Ultrassonografia Pulmonar Beira-Leito (LUS) e a medida da Integral Velocidade-Tempo da Via de Saída do Ventrículo Esquerdo (LVOT-VTI) a fim de avaliar importantes parâmetros hemodinâmicos no CC e melhorar o prognóstico neste cenário. No presente estudo avaliamos se a Classificação LUV beira-leito pode reclassificar a SSC e auxiliar a identificar precocemente pacientes SSC A e B sob risco de mortalidade intrahospitalar.
Métodos: Coorte prospectiva conduzida em um hospital terciário no Brasil entre julho de 2022 e fevereiro de 2024. Foram incluídos adultos admitidos de forma consecutiva com IAMCSSST. LUS, LVOT-VTI e SSC foram obtidos dentro de 24 horas da admissão hospitalar. LUS e a medição de LVOT-VTI foram utilizados para classificar os pacientes em quatro grupos de acordo com o estado hemodinâmico e de congestão. Os perfis de classificação de LUV foram determinados por: 1) Evidência de congestão pulmonar conforme definido por ≥3 zonas pulmonares positivas 2) Evidência de hipoperfusão definido por um LVOT-VTI ≤14 cm. A classificação A de LUV foi definida como ausência de congestão pulmonar e VTI elevado; classificação B de LUV como presença de congestão pulmonar e VTI elevado; classificação C de LUV como ausência de congestão pulmonar e VTI baixo; e a classificação LUV D foi definida como presença de congestão pulmonar e LVOT-VTI baixo.
Resultados: Incluímos 457 pacientes com idade média de 61,5 e 34,4% mulheres. A prevalência de SSC A - E foi de 71,8%, 13,1%, 12,6%, 1,4% e 0,74%, respectivamente. A prevalência da Classificação SCAI LUV A-E foi de 58,2%, 16,4%, 23,1%, 1,4% e 0,74%, respectivamente. Mortalidade hospitalar foi observada em 38 (9,4%) dos pacientes, e houve um aumento incremental na mortalidade com piora do SSC (A, 2,7%; B, 7,5%; C, 39,2%; D, 66,6%; E, 66,6%) e classificação LUV (A, 0,85%; B, 1,5%; C, 31,1%; D, 66,6%; E, 66,6%). A área sob as curvas ROC (AUC) do SSC e da classificação LUV para mortalidade hospitalar foi de 0,823 e 0,884, respectivamente. Quando consideramos apenas 376 pacientes com SSC A e B, as AUCs foram de 0,621 e 0,877, respectivamente, com um índice de reclassificação líquido de 0,106.
Conclusão: O uso do método LUV reclassificou a escala SSC em 10,6% dos pacientes com estágios A e B de CC. Esforços devem ser feitos para incorporar o ultrassom a beira-leito nas avaliações iniciais de CC, a fim de identificar rapidamente os pacientes com choque cardiogênico de alto risco e adaptar melhor as terapias farmacológicas iniciais e indicação de terapias de assistência ventricular.
Palavras Chave:
ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR, INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO, SCAI SHOCK CLASSIFICATION
Referências: