Código do Trabalho: 121
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA
Título:
EFEITO DO TADALAFILA NAS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES DE SOBREVIVENTES A SEPSE: ESTUDO EXPERIMENTAL
Autores:
NEVES, PG, DELFRATE, G., ALBINO, LB., FERNANDES, D.
Tema Livre:
Introdução: A sepse é uma condição que afeta milhões de pessoas anualmente e os sobreviventes enfrentam risco aumentado de eventos cardiovasculares. No entanto, as estratégias de manejo e os mecanismos dessas alterações a longo prazo ainda são pouco compreendidos. Nossa hipótese é que a sepse desencadeia uma redução tardia na biodisponibilidade do óxido nítrico (NO), resultando em disfunção cardiovascular. Portanto, investigamos o efeito da inibição crônica da fosfodiesterase 5 (PDE5) com tadalafila na disfunção cardiovascular de ratos sobreviventes à sepse. Métodos: Ratos Wistar machos (90-100 dias; 300-400 g) foram submetidos à sepse pelo modelo de injeção de conteúdo cecal (CS) (1 g/kg de conteúdo cecal, i.p.). Os animais do grupo controle receberam veículo (PBS/5% glicerol, i.p.). Os tratamentos começaram 96h após a indução da sepse. O grupo CS + TAD recebeu tadalafila (5 mg/kg/dia v.o. em PBS + 0,5% CMC), enquanto os grupos controle e CS receberam veículo (PBS + 0,5% CMC). As análises foram realizadas 15 e 30 dias após a indução da sepse. A pressão arterial média (PAM) e a resposta a agentes vasoativos foram medidas por um transdutor de pressão inserido na artéria carótida de animais anestesiados. A reatividade vascular foi avaliada em anéis de aorta com endotélio preservado (E+) ou não (E-). Resultados: Quinze dias após a sepse, CS + TAD apresentou menor PAM (100 ± 10 mmHg) comparado ao CS (113 ± 11 mmHg) e controles (115 ± 16 mmHg) (n = 9-12; ANOVA uma via; p<0,05). Os sobreviventes tiveram menor resposta hipotensora à acetilcolina que o controle (n = 9-11; ANOVA duas vias; p<0,05). Porém, o tadalafila aumentou a duração dessa resposta (n = 9-11; ANOVA duas vias; p<0,05) e elevou NOx e cGMP (50 ± 16 µM; 33 ± 13 pmol/mL) em relação aos controles (24 ± 6 µM; 18 ± 4 pmol/mL), sem diferença no grupo CS (34 ± 14 µM; 18 ± 4 pmol/mL) (n = 10-14; ANOVA duas vias; p<0,05). Trinta dias após a sepse, os ratos sobreviventes tiveram maior duração da resposta hipertensiva à fenilefrina que o controle. (n = 12-14; ANOVA de duas vias, p<0,05). No entanto, apenas o grupo CS apresentou um aumento da contração à fenilefrina nos anéis com endotélio preservado (E+) (n = 8-10; ANOVA de duas vias, p<0,05). Esse resultado não foi observado na aorta sem endotélio (E-), indicando um efeito dependente do endotélio. Além disso, o grupo CS apresentou redução no relaxamento da aorta E+ induzido por acetilcolina, mas não na E-, em comparação aos grupos controle e CS + TAD (n = 8-10; ANOVA de duas vias, p<0,05). O grupo CS + TAD também teve aumento nos níveis plasmáticos de NOx (42 ± 17 µM) em relação ao CS (25 ± 11 µM) e controle (24 ± 6 µM) (n = 11-14; ANOVA de uma via, p<0,05). Conclusão: A sepse induziu disfunção endotelial após 30 dias, atenuada pelo tratamento com tadalafila e aumento dos níveis de NOx. O mecanismo da disfunção endotelial tardia e a implicação da inibição da PDE5 na prevenção de eventos cardiovasculares ainda precisam ser melhor esclarecidos.
Palavras Chave:
SEPSE, DISFUNÇÃO ENDOTELIAL, TADALAFILA, ÓXIDO NÍTRICO, FOSFODIESTERASE 5
Referências: