Código do Trabalho: 119
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE; UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO; CENTRO UNIVERSITÁRIO -FAMETRO; FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU; UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL; UNIVERSIDADE CA
Título:
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO NO BRASIL: UM PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO PÓS COVID-19
Autores:
CAMILA LUANA ZALESKI, LÍVIA KOBARG CERCAL AKERMAN, LUANA MACEDO DA SILVA NASCIMENTO, MARIA VITÓRIA GALVÃO SALGADO OLIVEIRA , NICOLE CAROLINE JUNGLOS, ANDRIELLY COLLIONI BEATRICCI , IASMIN COSTA MAGALHÃES , EMANUEL HENRIQUE VIEIRA MANTESSO
Tema Livre:
INTRODUÇÃO: As malformações congênitas do aparelho circulatório são anomalias do coração e vasos sanguíneos que se desenvolvem durante a fase embrionária. No Brasil, são de notificação compulsória e registradas na Declaração de Nascidos Vivos. Entre 2010 e 2021, representaram o segundo grupo de anomalias congênitas mais prevalentes em nascidos vivos (11/10.000) e são umas das principais causas de mortalidade até os seis anos de idade, configurando um problema de saúde pública. A pandemia de COVID-19 impactou a assistência pré-natal e o acesso a exames, com possível influência no aumento da incidência dessas malformações. Este estudo analisa o cenário epidemiológico dessas condições no Brasil após a pandemia. MÉTODOS: Foi realizado um estudo ecológico, descritivo, retrospectivo e transversal, com dados secundários do DATASUS e do IBGE. As variáveis analisadas gestacionais, materna, internações, óbitos, faixa etária, sexo e cor/raça. Os dados foram extraídos das abas “Mortalidade Hospitalar do SUS (SIH)”, “Mortalidade (SIM)” e “Nascidos Vivos (SINASC)”, sendo calculadas taxas absolutas, relativas entre outros, comparando 2015-2019, usado como referência do cenário pré-pandêmico, sem interferência na assistência neonatal e obstétrica; e 2020-2024, já no contexto pós-pandêmico. RESULTADOS: A incidência das malformações aumentou 27% após a pandemia. As mais comuns foram comunicação interventricular (Q211), malformações não especificadas do coração (Q249) e ausência congênita e hipoplasia da artéria umbilical (Q270) em ambos os períodos analisados. Entre 2020 e 2024, houve aumento expressivo em casos de estenose do infundíbulo pulmonar (91%), persistência da veia cava superior esquerda (97%) e comunicação venosa portal anormal (227%), enquanto malformações não especificadas do aparelho circulatório (Q289) reduziram 69%. A taxa de incidência foi maior em gestações gemelares (0,26%) e múltiplas (0,60%), em comparação com gestações únicas (0,13%). Internações aumentaram 13,89% no contexto pós-pandemia. A letalidade caiu 22% no período pós-pandemia. As outras malformações cardíacas (Q24) foram as mais letais antes e pós-pandemia. A mortalidade foi mais alta em fetos de mães acima de 35 anos, atingindo 0,38% na faixa de 45-49 anos. CONCLUSÃO: A análise das malformações congênitas cardiovasculares no Brasil entre 2015-2019 e 2020-2024 revelou que embora a incidência tenha aumentado 27%, a letalidade apresentou uma redução de 22%, possivelmente devido a avanços na identificação precoce e no tratamento. A maior incidência em gestações múltiplas e o aumento da mortalidade neonatal no caso de mães com mais de 35 anos reforçam a necessidade de acompanhamento pré-natal intensificado para gestantes de alto risco. Esses achados evidenciam a importância de políticas públicas voltadas à prevenção, a necessidade da ampliação do rastreamento pré-natal, ao diagnóstico precoce e ao manejo eficaz dessas condições, visando reduzir os impactos na saúde infantil no Brasil.
Palavras Chave:
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO; PANDEMIA DE COVID-19; MORTALIDADE NEONATAL; EPIDEMIOLOGIA DAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS
Referências:
SAMPAIO, L. F. D. .; BARRETO, N. M. P. V. .; CORREIA, H. F. . Perfil das internações de crianças por malformações congênitas do aparelho circulatório no Brasil de 2010 a 2020. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, [S. l.], v. 20, n. 3, p. 425–430, 2021
BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - Anomalias Congênitas n. 54, v. 3.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Projeção da População do Brasil e das Unidades da Federação [Internet]. 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br
Departamento de Informática do SUS (Datasus). Sistema de Informações sobre Mortalidade. Ministério da Saúde [Internet]. 2023. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br