Código do Trabalho: 117
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; FACULDADE MAUÁ-GO; UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
Título:
DOENÇAS ISQUÊMICAS DO CORAÇÃO ALÉM DO INFARTO: UM PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
Autores:
CAMILA LUANA ZALESKI, LARISSA PELISSARO ZANLUCA , ANNA JULIA SOEIRO MUNHOZ, AMANDA MAYHUMA ALVES FERREIRA, GABRIELA VIEIRA SILVA, CAMILLA CRISTINA SILVA FERNANDES, ANA LUÍSA DE MEDEIROS SOARES
Tema Livre:
INTRODUÇÃO: As doenças isquêmicas do coração (DIC), como angina pectoris e isquemia silenciosa, são uma parcela significativa das doenças cardiovasculares no Brasil. Entre 2015 e 2024, as DIC corresponderam a 5,85% dos óbitos por doenças cardiovasculares (DATASUS), impactando a qualidade de vida e o sistema de saúde. Este estudo analisa o panorama epidemiológico das DIC (excluindo o IAM) no Brasil nesse período, destacando tendências, variações regionais e fornecendo subsídios para estratégias de prevenção e manejo. MÉTODOS: Estudo ecológico, descritivo, retrospectivo, observacional e transversal, com dados do DATASUS e IBGE sobre DIC no Brasil entre 2015 e 2024. Foram analisadas internações, óbitos, faixa etária, sexo e raça, calculando-se frequências absolutas, percentuais e taxas, nas abas “Mortalidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS)” e “Mortalidade (SIM)”. RESULTADOS: As internações anuais caíram cerca de 21% após 2020, possivelmente devido à subnotificação gerada na pandemia de COVID-19, melhorias no diagnóstico ambulatorial e estratégias de prevenção em saúde. O perfil epidemiológico mais afetado por taxas relativas foram homens (0,09%), idosos acima de 80 anos (0,36%) e a população branca (0,079%). A região Sul apresentou a maior taxa relativa de internações (0,14%), com destaque para o Paraná (0,18%), enquanto o Norte registrou as menores taxas (0,03%), especialmente no Pará (0,01%). O Sudeste teve o maior gasto proporcional por região com internações por DIC (1,77%) e o Norte, o menor (0,14%). A mortalidade hospitalar foi maior no Norte (3,63%) e menor no Sul (2,35%). A mortalidade global aumentou com a idade, atingindo seu pico em idosos acima de 80 anos (0,174%). Homens (56,98%) e a população amarela (0,11% - taxa relativa), apresentaram as maiores taxas de mortalidade, o que pode ser por um viés estatístico e/ou por fatores genéticos. A região Sul teve a maior taxa de mortalidade relativa global (0,013%), e o Norte, a menor (0,003%). O Paraná teve a maior taxa de mortalidade (0,0042%), e o Pará e Maranhão, as menores (0,0005%). Em valores absolutos, São Paulo liderou em óbitos (31,32%), e Roraima teve o menor percentual (0,12%). Doenças isquêmicas crônicas causaram 83% dos óbitos, enquanto a angina pectoris representou 2,81%. A taxa anual de óbitos manteve-se estável (0,01%), com queda de 13% entre 2019 e 2020, seguida por recuperação gradual. CONCLUSÃO: Há disparidades regionais nas internações e mortalidade por DIC no Brasil. O Sul lidera em internações e o Norte em mortalidade hospitalar, refletindo diferenças no acesso à saúde e desigualdades sociais. Homens, idosos e indivíduos brancos e amarelos são os mais afetados, ressaltando a necessidade de políticas públicas para rastreamento e prevenção dessas condições.
Palavras Chave:
DOENÇAS CARDIOVASCULARES; DOENÇAS ISQUÊMICAS DO CORAÇÃO (DIC); ISQUEMIA SILENCIOSA; ANGINA PECTORIS
Referências:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Projeção da População do Brasil e das Unidades da Federação [Internet]. 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br
Departamento de Informática do SUS (Datasus). Sistema de Informações sobre Mortalidade. Ministério da Saúde [Internet]. 2023. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br