Código do Trabalho: 116
Categoria: Relato de Caso
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL
Título:
INTERVENÇÃO TRANSCATETER PARA PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇÃO DE BIOPRÓTESE MITRAL E AÓRTICA COM ALTO RISCO CIRÚRGICO.
Autores:
MAILI DA SILVA RITTA, BRUNA ALEXANDRE RIBAS, LUIZA FRANZ MACHADO, RICARDO DE SOUZA OZELAME, LUIZ CARLOS GIULIANO, VINÍCIUS KREPSKY DALMORO, LEANDRO WALDRICH, LUIZ EDUARDO KOENIG DE SÃO THIAGO, RICARDO ZANELLA ANTONIOLLI
Tema Livre:
INTRODUÇÃO:
As disfunções de próteses cardíacas representam um desafio clínico significativo, especialmente em pacientes idosos e com múltiplas comorbidades, nos quais a reoperação cirúrgica está associada a alto risco. A abordagem transcateter "valve-in-valve" (VIV) aórtico já está amplamente estabelecido pela literatura atual, nessas condições o implante percutâneo VIV mitral tem sido empregado como uma alternativa terapêutica para pacientes de alto risco cirúrgico com disfunção de bioprótese mitral.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Paciente do sexo feminino, 76 anos, portadora de fibrilação atrial permanente e doença renal crônica, com histórico de dupla troca valvar há 08 anos (aórtica e mitral) implantadas via cirurgia aberta, foi admitida em emergência hospitalar por importante limitação funcional, com piora da dispneia nos últimos 20 dias. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) demonstrou disfunção de bioprótese mitral e aórtica. Devido ao elevado risco cirúrgico, optou-se por realização do procedimento valve in valve (VIV) mitral, tendo em vista a imprevisibilidade de resultado satisfatório no procedimento de VIV aórtico, por se tratar de prótese não fraturável com anel valvar pequeno. O procedimento ocorreu sem intercorrências, através de dois acessos vasculares, punção do septo interatrial e implante de prótese em posição mitral com sucesso. Após 72 horas de estabilidade clínica, a paciente teve alta hospitalar em CF II. Após 2 meses, a mesma reinternou com sintomas de insuficiência ventricular esquerda e ECOTT demonstrando FEVE = 44% e PSAP = 61 mmHg, gradiente aórtico médio = 77 mmHg e insuficiência aórtica severa, sendo realizado VIV aórtico com pós dilatação com balão e fratura da antiga prótese biológica. Novo procedimento transcorrido sem intercorrências, evoluindo com alta hospitalar em 3 dias. Após reavaliação em 1 ano e 6 meses, paciente estava em CF I, sem limitações, com FEVE = 58%, PSAP = 33, biopróteses aórtica e mitral normofuncionantes com função sistólica preservada.
CONCLUSÕES:
O “valve-in-valve” (VIV) é uma técnica inovadora, consolidada como alternativa à reabordagem cirúrgica para casos de falência de bioprótese. Pelo perfil minimamente invasivo, bom planejamento pré-procedimento e modernidade das técnicas utilizadas, o VIV mitral e aórtico apresenta-se como um procedimento seguro e eficaz, resultando em menor tempo de internação e menor taxa de complicações, comparado à cirurgia convencional.
Esse relato de caso reforça a importância da avaliação individualizada para a escolha do melhor momento e estratégia de intervenção, bem como a crescente relevância das terapias transcateter na cardiologia estrutural.
Palavras Chave:
INTERVENÇÃO TRANSCATETER; DUPLA DISFUNÇÃO; BIOPRÓTESE.
Referências: