Código do Trabalho: 113
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; FACULDADE DE ENFERMAGEM E DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA; CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIATUBA; CENTRO UNIVERSITÁRIO FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PUBLICA; FACULDADE DE MEDICINA DE O
Título:
IMPACTO DA HIPERTENSÃO ESSENCIAL NA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
Autores:
CAMILA LUANA ZALESKI, ALTEVIR ALVES DA COSTA FILHO, KEYTISLAINE DOS SANTOS CORDEIRO, ANA DOS SANTOS ALVES CAMARGO, WESLEY SILVA DE SOUZA, LIZANDRA LARISS DA SILVA MATIAS, CARLA EDUARDA BRUSTOLIN, FRANCISCO GENTILIN, GIOVANA ULINSKI DE PAULA
Tema Livre:
INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial (HA) afeta cerca de 30% dos brasileiros, sendo um fator de risco para doenças cardiovasculares. A hipertensão essencial (HE), ou primária, é responsável por 90 a 95% dos casos e não tem uma causa específica identificada, enquanto a hipertensão secundária ocorre devido a condições subjacentes, como doenças renais, endócrinas ou o uso de medicamentos. A HE tem um impacto significativo no SUS, gerando altos custos e elevadas taxas de morbimortalidade. MÉTODOS: Estudo ecológico, descritivo, retrospectivo, observacional e transversal, realizado com dados secundários do DATASUS e do IBGE para calcular as taxas referentes à HE no Brasil nos últimos 10 anos. A análise dos dados abrangeu variáveis coletadas nas abas “Mortalidade Hospitalar do SUS (SIH)”, “Mortalidade (SIM)” e Produção Ambulatorial do SUS (SIA). RESULTADOS: Entre 2015 e 2024, as internações por HE no Brasil ficaram mais concentradas no Nordeste (38,55%) e Sudeste (32,14%), por outro lado, ao analisar a taxa relativa, essa foi semelhante entre as regiões (9,01%-9,08%). E o pico de internações ocorreu entre 2015-2017, seguido por quedas e aumentos ao longo dos anos. A população acima de 80 anos apresentou a maior número de internações (13,89%) e as mulheres apresentaram taxa relativa ligeiramente maior (0,026%) do que os homens (0,02%). Em relação à cor/raça, os indivíduos pardos apresentaram a maior taxa absoluta referente ao número total de ocorrências (44,04%). Quanto à mortalidade, a taxa relativa manteve-se constante entre 2015 e 2018, com uma média de 0,012% por ano, sendo mais elevada entre os pacientes sem escolaridade, que representaram 26,1% dos óbitos por HE. O financiamento para tratamento de HE foi de R$336,7 milhões entre 2015 e 2024, sendo que o gasto com medicamentos para HE, em relação ao total gasto com medicamentos para todas as doenças no Brasil, passou de 0,99% em 2015 para 8% após 2022. Em relação aos custos de internação, as regiões Nordeste e Sudeste gastaram juntas cerca 76,33% do valor total despendido com HE no Brasil. Quando analisados os custos relativos dentro de cada região, o Nordeste (0,17%) e o Norte (0,16%) foram os que mais gastaram com HE em proporção ao seu orçamento total, enquanto o Sul foi a região com menor gasto (0,05%). Sul e Sudeste concentraram 6% e 3,64% dos medicamentos para HE (relativos à quantidade total de medicamentos fornecidos), já Nordeste e Norte, 1,38% e 0,34%. Os agentes que atuam no sistema renina-angiotensina foram os mais utilizados. Durante o período (2015-2024) foram realizados 14,6 milhões de exames de M.A.P.A, com 3,1 milhões só em 2024 (21% do total do período). CONCLUSÃO: A HAS tem grande impacto na saúde pública brasileira, com altas taxas de internação e mortalidade, principalmente entre idosos. O aumento significativo de métodos para rastreio, como o uso do M.A.P.A, e queda da mortalidade e número de internações, refletem a melhoria nos últimos anos no manejo da doença no Brasil.
Palavras Chave:
HIPERTENSÃO ARTERIAL; HIPERTENSÃO ESSENCIAL; DOENÇAS CARDIOVASCULARES; SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA
Referências:
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