Código do Trabalho: 111
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: HOSPITAL SOS CÁRDIO
Título:
EFICÁCIA E SEGURANÇA DA ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL EM SANTA CATARINA
Autores:
ISABELLA BIANCO, GRAZYELLE R DAMASCENO, CAIQUE M P TERNES, PEDRO BURIGO COSTA, GABRIEL ODOZYNSKI, HELCIO GARCIA NASCIMENTO, ANDREI LEWANDOWSKI, ALEXANDER DAL FORNO, ANDRÉ D’AVILA
Tema Livre:
Fundamento:
A Fibrilação Atrial (FA) afeta cerca de 44 milhões de pessoas globalmente, aumentando o risco de eventos tromboembólicos, disfunção ventricular e pior qualidade de vida. Ensaios clínicos sugerem que o controle precoce do ritmo cardíaco, especialmente por meio da ablação por cateter, é mais eficaz do que o controle tardio, sendo superior ao uso de Drogas Antiarrítmicas na manutenção do ritmo sinusal. No entanto, a eficácia da ablação pode ser influenciada pela experiência dos operadores e centros, e os riscos de complicações podem reduzir os benefícios do procedimento. No Brasil, o uso da ablação ainda é limitado, com registros recentes mostrando uma taxa de 1,8 ablação por 100 pacientes-ano, mas sem avaliar a eficácia do procedimento.
Objetivo:
Avaliar a eficácia e segurança da ablação por cateter para FA em pacientes consecutivos submetidos ao procedimento no estado de Santa Catarina, Brasil.
Métodos:
Trata-se de estudo multicêntrico do tipo coorte com 1154 pacientes consecutivos com idade ≥ 18 anos, com FA paroxística ou persistente, que se submeteram à ablação por cateter entre 2009 e 2024. O estudo incluiu pacientes com FA sintomática e documentada. Características basais sociodemográficas e clínicas dos participantes foram coletadas antes de cada procedimento. Todos os dados foram armazenados no programa Syscardio®, preservando a identidade do paciente.
Resultados:
Foram incluídos 1154 pacientes (idade média 68,2 ± 11,5 anos), dos quais 23% eram do sexo feminino, com um follow-up médio de 2,6 ± 2,5 anos. A FA paroxística foi a apresentação clínica mais comum, encontrada em 866 (75%) pacientes, enquanto 288 (24,9%) apresentavam FA persistente. Após a ablação, foi observada recorrência de FA em 236 pacientes (20,4%). Destes, 156 pertenciam ao grupo com FA paroxística, correspondendo a 18,01% de recorrência nesta população, enquanto 80 pacientes pertenciam ao grupo de FA persistente (6,9% de recorrência). A taxa de complicações foi de 1,69%, com pseudoaneurisma como a complicação mais frequente (0,58%), seguido por tamponamento cardíaco (0,35%) e hematoma inguinal (0,29%). Não houve óbitos relacionados ao procedimento.
Conclusão:
A ablação por cateter para fibrilação atrial demonstrou ser um procedimento seguro e eficaz, com baixas taxas de recorrência e poucas complicações. Os resultados são comparáveis aos relatados em países de alta renda, destacando a aplicabilidade do procedimento no cenário clínico catarinense. Esses dados reforçam a importância da ablação como estratégia para o manejo da FA.
Palavras Chave:
ARRITMIAS CARDÍACAS; FIBRILAÇÃO ATRIAL; ABLAÇÃO POR CATETER.
Referências: