Código do Trabalho: 11
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ, CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ, UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Título:
AVALIAÇÃO DA MORBIDADE POR DOENÇA REUMÁTICA CRÔNICA DO CORAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE (2013-2023)
Autores:
GIOVANA MANZOCHI SANTOS , NILZA ROSA TEIXEIRA, ELIAHU BARUCH MIZRAHI , GABRIELLA SENEM HIANSDTS
Tema Livre:
INTRODUÇÃO: As doenças reumáticas crônicas do coração (DRC) constituem uma das principais complicações da febre reumática, sendo caracterizadas por lesões cardíacas sequelares que afetam a função do sistema cardiovascular. Embora a prevalência das DRC tenha diminuído em alguns países devido ao acesso universal à saúde e ao tratamento precoce da faringite estreptocócica, essa condição continua representando um significativo problema de saúde pública, especialmente em regiões com menor cobertura assistencial. A relevância do estudo se traduz no potencial de subsidiar a formulação de políticas públicas mais eficazes e no aprimoramento de estratégias de prevenção e manejo. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico da morbidade por doença reumática crônica do coração na Região Sudeste, entre 2013 e 2023. METODOLOGIA : Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo (transversal - ecológico). Foram utilizados dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS)/DATASUS, pertencentes aos casos de internação por doença reumática crônica do coração, entre 2013 e 2023, na região Sudeste. As variáveis incluídas foram região/Unidade da Federação, ano de processamento, faixa etária e sexo. RESULTADOS: No período estipulado, houve 82.850 hospitalizações devido à doença reumática crônica do coração no Brasil, sendo 33.352 destas na Região Sudeste, a qual foi mais afetada, com 40,2% do total. Nela, as Unidades da Federação com maior incidência foram São Paulo, com 14.258 (42,7%) e Minas Gerais, com 10.981 registros (32,9%). Na sequência, Rio de Janeiro (15,3%) e Espírito Santo (9,1%). Os anos com maior número de casos nessa região foram 2014, com 3.525 hospitalizações, o equivalente a 10,6% da totalidade, e 2013, com 3.457 (10,4%); enquanto o ano com menor incidência foi 2020, com 2.248 internações (6,7%). Em relação à faixa etária, as mais afetadas no Sudeste foram de 50 a 59 anos, com 8.283, o que equivale a 24,8% da totalidade, e 60 a 69 anos, com 7.586 (22,7%). Por outro lado, a faixa etária com menor incidência foi em menores de 1 ano, com 0,5% do total. Além disso, o sexo predominantemente afetado foi o feminino, com 19.782 internações, representando 59,3%, enquanto houve 13.570 registros para o sexo masculino (40,7%). CONCLUSÃO: A doença reumática do coração perpetua-se como um importante problema de saúde pública na região Sudeste do Brasil, sendo mais prevalente nas faixas etárias mais avançadas e no sexo feminino, com concentração de casos em São Paulo e Minas Gerais, ressaltando a necessidade de ações específicas para cada contexto regional. A redução do número de hospitalizações observado nos últimos anos é um indicativo positivo, de melhoria do acesso aos serviços de saúde e ao diagnóstico precoce da febre reumática. Contudo, esta patologia permanece como um desafio para os sistemas de saúde, exigindo a implementação de políticas públicas eficazes para a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
Palavras Chave:
DOENÇAS REUMÁTICAS, DOENÇAS CARDÍACAS, EPIDEMIOLOGIA, MORBIDADE, SISTEMAS DE SAÚDE.
Referências:
Carapetis JR, Steer AC, Mulholland K, et al. The global burden of group A streptococcal infections. Lancet Infect Dis. 2005;5(11):685-694.
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Febre reumática: diagnóstico e tratamento. Available from: https://www.reumatologia.org.br/
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes brasileiras de valvopatias. Arq Bras Cardiol. 2017;109(3):1-9.