Código do Trabalho: 101
Categoria: Estudo
Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Título:
DESAFIOS NA ADESÃO DE IDOSOS À PSICOTERAPIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE BARREIRAS E ESTEREÓTIPOS
Autores:
IARA BARZOTTO LEOTTE, GABRIEL HENRIQUE ZILIO, ELCIO LUIZ BONAMIGO
Tema Livre:
Introdução: Com o aumento do envelhecimento da população, considerando que transtornos como depressão e ansiedade são comuns entre os idosos, ocorre simultaneamente o crescimento da demanda por cuidados em saúde mental. Porém, a adesão dessa população à psicoterapia ainda constitui um desafio, devido a fatores tanto sociais quanto limitadores da utilização desse serviço. Objetivo: O propósito dessa revisão foi reunir informações acerca dos principais fatores que dificultam a adesão de idosos à psicoterapia. Metodologia: A busca de artigos em português, publicados entre os anos de 2015 a 2023, foi realizada na base de dados do Google Acadêmico, por meio dos seguintes descritores: “psicoterapia”, “idosos” e “saúde mental”. Resultados: Foram encontrados seis artigos e, destes, quatro foram utilizados para a revisão. Segundo uma pesquisa de 2019 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a prevalência de depressão entre idosos no Brasil era de 13% na faixa etária de 60 a 64 anos, e que essa taxa tende a aumentar com o avanço da idade, especialmente entre mulheres e indivíduos com doenças crônicas (1). Observou-se que a presença dessa condição se dá pela existência de conflitos emocionais da idade, como processo de envelhecimento, conflitos familiares, condições de luto e questões financeiras (1). Nesse sentido, uma pesquisa realizada em um serviço-escola de Vale do Rio Pardo/RS, utilizando 73 prontuários de usuários da psicoterapia a partir de 60 anos, demonstrou que a maior procura pelo atendimento são de mulheres (83,6%) e que apenas 16,4% dos idosos permaneceram em atendimento de 6 meses a 1 ano, revelando altas taxas de desistência do tratamento, bem como estigmas sociais relacionado ao sexo (2). Além disso, duas pesquisas mostraram que a desistência da psicoterapia entre idosos está ligada a estereótipos que associam transtornos mentais ao envelhecimento como algo inevitável e sem solução, levando tanto os próprios idosos quanto os profissionais de saúde a subestimarem os benefícios da terapia, favorecendo abordagens exclusivamente farmacológicas (3,4). Conclusão: Diante desses achados, apesar da importância do tema saúde mental em idosos, verificou-se a escassez de estudos objetivos sobre o assunto. Assim, essa lacuna na literatura reforça a necessidade de mais pesquisas que abordem a adesão à psicoterapia na terceira idade, investigando os fatores que dificultam ou favorecem esse processo. Outrossim, é fundamental que políticas públicas e práticas clínicas sejam aprimoradas para combater estereótipos, ampliar o acesso a serviços de saúde mental e capacitar profissionais para um atendimento mais humanizado. Dessa forma, será possível promover um envelhecimento mais saudável, garantindo que os idosos tenham suporte adequado para lidar com questões emocionais e melhorar sua qualidade de vida.
Palavras Chave:
PSICOTERAPIA; IDOSOS; SAÚDE MENTAL.
Referências:
1. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.
2. Pinto AC. Terapia cognitivo-comportamental na prevenção da depressão em idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;27(2):438. doi: 10.1590/1807-03102015v27n2p438.
3. Souza LR de, Gonçalves TRFT, Leite FSL da S, Oliveira IG de, Moreira CIH, da Silva FAB, Mamede DAL, Lucena MLS. Transtornos psiquiátricos em idosos: uma revisão integrativa da literatura. Braz J Dev. 2023;9(6):19457-69. doi: 10.34117/bjdv9n6-050.
4. Gomes EAP, Vasconcelos FG, Carvalho JF. Psicoterapia com idosos: Percepção de profissionais de psicologia em um ambulatório do SUS. Psicol. Ciênc. Prof. 2021;41:1-17. doi: 10.1590/1982-3703003224368.